São Paulo – O nordeste brasileiro tem chamado a atenção de investidores estrangeiros, tanto que representantes de redes hoteleiras internacionais vão participar do Nordeste Invest, evento de negócios e de promoção de investimentos imobiliários e turísticos, que começa hoje (31) e segue até quinta-feira (02) em Maceió, em Alagoas. Entre os empresários está James Erlacher, vice-presidente de Desenvolvimento para as Américas do Grupo Jumeirah, de Dubai.
“Desde o ano passado começamos a fazer uma aproximação com os países do Golfo. Os árabes também têm mostrado interesse em investir no Brasil”, afirmou o presidente da Associação para o Desenvolvimento Turístico e Imobiliário do Nordeste Brasileiro (ADIT), Felipe Cavalcante, que esteve em Dubai, no ano passado. “(O Grupo) Jumeirah tem um interesse grande em investir no Brasil”, acrescentou o presidente, que citou o voo direto da Emirates Airlines como um facilitador de aproximação entre os dois países.
De acordo com ele, o mercado do Oriente Médio tem muito potencial para a ADIT. “Dubai agora, com a crise, está sofrendo, mas vamos buscar investidores no Catar, Barhein, Kuwait e outros países dessa região”, disse Cavalcanti. “Essas empresas precisam buscar alternativas para continuar expandindo”, afirmou.
Mesmo com a crise, o Grupo Jumeirah, proprietário do hotel sete estrelas Burj Al Arab, viu nas Américas oportunidades de dar continuidade à estratégia de se tornar a maior rede hoteleira de luxo do mundo, tanto que Erlacher foi nomeado vice-presidente de Desenvolvimento para as Américas em janeiro. Segundo informações do grupo, até o momento dois projetos hoteleiros estão sendo tocados pela empresa árabe, um nas Ilhas Virgens, nos Estados Unidos, e outro na Argentina.
Para falar dos planos do grupo no Brasil, Erlacher fará uma palestra quarta-feira na conferência do Nordeste Invest “Os planos dos grupos hoteleiros internacionais para o Brasil”. Além dele, outros grupos internacionais também vão falar de seus planos, como o americano West Paces Hotels Group; o canadense Four Seasons; o Banyan Tree Hotels & Resorts, de Cingapura; entre outros.
Segundo Cavalcante, o perfil dos investidores estrangeiros no Nordeste está mudando. “Até o ano passado, os estrangeiros queriam comprar terrenos. Agora, buscam parcerias com empresas locais para realização de projetos imobiliários e hoteleiros”, afirmou. Outra mudança foi na origem desses investidores, que até o ano passado eram na maioria europeus, como italianos, portugueses, espanhóis e suecos. “Esta é a primeira vez que percebemos um interesse tão forte dos americanos. Em todas as edições anteriores do Nordeste Invest, a presença maciça era de investidores europeus”, acrescentou.
O interesse crescente na região, segundo Cavalcante, pode ser confirmado pela pesquisa da Associação de Investidores Estrangeiros em Imóveis (Afire), que confirma o Brasil como o segundo melhor destino para investimentos no setor imobiliário. “É voltado para essa nova realidade que o Nordeste Invest 2009 será o momento oportuno para que empresários brasileiros possam encontrar-se com estes investidores com a finalidade de realizar negócios, o que trará excelentes resultados para a economia nordestina”, afirmou.