São Paulo –O chairman da Autoridade Pública para Zonas Econômicas Especiais e Zonas Francas do Sultanano de Omã (Opaz), Ali Masoud Ali Al Sunaidy, convidou empresas brasileiras de diversos setores a atuar nas zonas francas do país na manhã desta quinta-feira (24) em reunião na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo. Em visita ao país, Sunaidy se reuniu, nos últimos dias, com lideranças empresariais brasileiras e visitou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Em sua apresentação, Sunaidy citou diversos exemplos de empresas multinacionais que estão nestas zonas especiais do país árabe e, de lá, exportam para diversos locais. Entre os benefícios para companhias atuarem nas áreas livres de taxas estão até 30 anos de isenção de cobrança de imposto de renda das empresas, isenção tarifária para compra de equipamentos e matéria-prima e localização geográfica privilegiada para exportação e reexportação.
Sunaidy disse que o país oferece oportunidades no segmento de equipamentos médicos, sobretudo que usem plástico, pois o Brasil tem expertise em produção desses equipamentos. Citou também, o setor de energia e o de alimentos, pois existe a possibilidade de se armazenar e processar alimentos nestas zonas francas. Entre as companhias brasileiras, apenas a mineradora Vale tem plantas produtivas em Omã, no porto de Sohar, que é uma zona franca. Para lá é enviado minério de ferro, onde esse produto é processado e, então, revendido.
“Eu gostaria de ver muitas companhias utilizando Omã como um hub de distribuição para a Ásia, para o mundo árabe, mas só há uma [a Vale]. Outra área importante é a de farmacêuticos. Sabemos que há muitos avanços em remédios e farmacêuticos aqui [no Brasil]”, afirmou. “Gostaríamos de encorajar companhias brasileiras a vir para Omã, investir nessas áreas. É importante para nós”, afirmou.
Omã fornece fertilizantes
O presidente da Câmara Árabe, Osmar Chohfi, e o secretário-geral da instituição, Mohamad Mourad, afirmaram que o Brasil precisa comprar mais fertilizantes, que são essenciais para a produção de alimentos. Atualmente, disse Chohfi, o Brasil produz apenas 15% de todo o fertilizante de que precisa para as suas lavouras.
Mourad comentou que houve um crescimento nas compras de fertilizantes de países árabes logo após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, em fevereiro de 2022, mas esse crescimento não se sustentou. “Precisamos de empresas que forneçam fertilizantes para que possamos produzir mais alimentos e exportar mais para países que precisam de alimentos”, disse Mourad. Em 2023, Omã exportou 675 milhões em produtos ao Brasil, dos quais 560 milhões em fertilizantes. O Brasil, por sua vez, exportou US$ 1,1 bilhão, principalmente em minério de ferro e carnes.
No encontro, a diretora de Relações Institucionais da Câmara Árabe, Fernanda Baltazar, apresentou as atividades que a instituição realiza, assim como os principais temas da pauta comercial entre os dois países. Da Câmara Árabe, participaram do encontro a vice-presidente de Comunicação e Marketing, Silvia Antibas, o vice-presidente de Comércio Exterior, William Adib Dib Júnior, o diretor-tesoureiro, Nahid Chicani, os diretores William Atui e Arthur Jafet e o assessor de Relações Institucionais, Bassel Abou Latif.
A delegação de Omã era formada pelo embaixador de Omã em Brasília, Talal Al Arahbi, o CEO da Zona Econômica Especial de Duqm (Sezad), Ahmed Akaak, pelo CEO da Zona Franca de Salalah, Ali Tabouk, o CEO do porto de Duqm, Reggie Vermeulen, a Gerente de promoção de investimentos da Opaz, Amna Al Sharji, o gerente geral da cidade industrial de Sohar, Abdullah Al Mayyasi, o gerente-geral do setor de investimentos da Opaz, Said Al Quraini e o assessor do embaixador, Zouhair Berhili.
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