São Paulo – Um consórcio suíço e alemão vai investir US$ 2 bilhões em uma usina de energia solar capaz de gerar 400 megawatts em Omã e, posteriormente, em uma fábrica para produção de painéis solares, segundo reportagem do jornal The National, de Abu Dhabi. O capital será fornecido pelos fundos de investimentos Terra Nex, da Suíça, e Middle East Best Select, da Alemanha.
O investimento faz parte de um projeto do governo de Omã de gerar 10% de sua energia elétrica de forma renovável até 2020. "O ambiente de negócios estável e a política ambiental de Omã fazem do país um parceiro ideal para este projeto,” declarou o presidente da Terra Nex, David Heimhofer, ao jornal.
O grosso do capital virá de investidores alemães, segundo Heimhofer. As oportunidades de investimento na Alemanha reduziram após Berlim fazer cortes no apoio financeiro dado ao setor, diminuindo subsídios à geração sustentável. Cerca de US$ 600 milhões virão do mercado de ações e o US$ 1,4 bi restante virá do setor financeiro.
Omã não é o único país do Golfo com ambiciosa meta no setor de energia alternativa. Nos Emirados Árabes Unidos, conforme noticiado pela ANBA, o emirado de Abu Dhabi pretende alcançar 7% de sua geração elétrica de fontes renováveis até 2030. Para tal, está construindo a usina de geração solar Shams 1, com capacidade de 100 megawatts (MW). Dubai, por sua vez, lançou um programa para alcançar geração solar de 1,000 MW e está construindo atualmente uma usina com capacidade de geração de 10 MW.
Já a Arábia Saudita deve lançar ainda este ano um programa para alcançar geração de 5 gigawatts de energia solar. O Kuwait também dá seus primeiros passos na direção da energia solar, com o Ministério da Eletricidade e Recursos Hídricos do país negociando a implantação de dois projetos piloto, cada um para geração de 2 MW de energia solar, com a alemã SolarWorld.
Em outro projeto no setor, ainda em 2011, a SolarWorld e a Qatar Foundation, do Catar, assinaram um contrato de US$ 1 bilhão para a construção de uma fábrica de polissilicone no país árabe. O polissilicone é um insumo utilizado na produção de painéis solares. A medida faz parte dos planos dos países do Golfo para criar uma indústria que combine a produção de equipamentos e também a geração elétrica. Pelo acordo, segundo nota divulgada pela SolarWorld, a empresa alemã terá 29% do capital, a Qatar Foundation outros 70% e o Banco de Desenvolvimento do Catar o 1% restante.
A fábrica vai produzir oito mil toneladas de silicone ao ano no Catar e as obras para construção estarão a cargo da empreiteira indiana Punj Lloyd Group, segundo a SolarWorld. O terreno de 120 hectares no qual vai ser construída a fábrica fica na zona industrial de Ras Laffan e foi escolhido por propiciar boas oportunidades para expansão no futuro. A fábrica deve começar a operar no segundo semestre de 2013.
O custo da produção solar cai rapidamente, o que gera incentivos para investimentos no setor. Um estudo lançado pela Associação da Indústria Solar dos Emirados e pela consultoria internacional ATKearney demonstra que a produção de energia por painéis solares já concorre no mesmo nível com a geração a diesel.
Como o consumo elétrico no Oriente Médio cresce rapidamente, também aumentam os incentivos para a redução no uso de combustíveis fosseis para geração elétrica.
*Tradução de Mark Ament