São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou hoje (25) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, relatório sobre o Oriente Médio e Norte da África. Segundo a instituição, as perspectivas econômicas para os países das duas regiões melhoraram com a retomada da atração de capitais e do aumento do preço do petróleo.
“O panorama para a região melhorou consideravelmente desde 2009. O crescimento está ganhando força em 2010, ajudado pelo aumento do ingresso de capitais e pela retomada do consumo doméstico”, disse o diretor do FMI para o Oriente Médio e Ásia Central, Masood Ahmed, segundo nota do Fundo.
Na avaliação da instituição, porém, pesam contra um avanço maior o “stress” que ainda atinge o setor bancário regional e o baixo volume de crédito disponível.
De acordo com o FMI, os exportadores de petróleo das duas regiões sofreram impacto em suas contas públicas na crise financeira internacional, por causa da queda no preço e no comércio da commodity. Esse grupo inclui Argélia, Bahrein, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Omã, Catar, Arábia Saudita, Emirados e Iêmen.
Tais países registraram um superávit somado em conta corrente de US$ 53 bilhões em 2009, ante US$ 362 bilhões em 2008. Houve uma retração de 4,7% no PIB da indústria petrolífera. O FMI destacou, no entanto, que medidas de estímulo adotadas pelos governos reduziram o impacto da crise. Em outros setores da economia, por exemplo, houve crescimento de 3,6% no ano passado.
Para este ano, porém, o Fundo prevê crescimento de 4,3% no ramo petrolífero e de 4,1% nas demais áreas. As nações da região devem acumular superávit de US$ 140 bilhões em conta corrente.
As estimativas para os grandes exportadores de petróleo são melhores do que as para os demais países, como Afeganistão, Djibuti, Egito, Jordânia, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Paquistão, Síria e Tunísia.
Segundo o FMI, esses países estão se recuperando do fraco desempenho econômico de 2009, mas o crescimento continua abaixo do necessário para gerar a quantidade de empregos que eles precisam. “O maior desafio para os mercados emergentes do Oriente Médio é melhorar sua competitividade para acelerar o crescimento e criar o necessário volume de empregos”, declarou Ahmed.