São Paulo – Em um estado no Nordeste do Brasil, assim como no mundo árabe, é possível passear em cima de dromedários, também conhecidos como camelos árabes. Esse tipo de atividade costuma ser oferecida a turista em países como Marrocos, Emirados Árabes Unidos e Egito, e chegou ao Brasil em função do empreendedorismo de uma nordestina e um suíço. Philippe Landry, desde a Suíça, já tinha viajado pelo Marrocos e passeado de camelo. Quando esteve a turismo na praia potiguar de Genipabu, no Brasil, achou que o local, com suas dunas, era ideal para a atividade.
"Somos os únicos que temos criação de dromedários para passeios. Em outros lugares do Brasil há reprodução [de dromedários], mas em zoológicos", afirma Cleide Batista, que, juntamente com Landry, é dona da Dromedunas, empresa que oferece passeios de camelos árabes a turistas no Rio Grande do Norte. O suíço e a brasileira também mantém a criação de camelos em Genipabu, que fica no município de Extremoz, a 25 quilômetros de Natal, a capital do estado.
Cleide conta que Landry já tinha se mudado para o Brasil e estava disposto a investir na ideia dos passeios de dromedário quando a conheceu. Na época, a empreendedora dava aulas de português para Educação Infantil e deu classes para a filha do suíço. Os dois, então, foram morar juntos, e em no final de 1998, começaram a empresa. "Era camelo, casamento, tudo junto!", afirma a potiguar. Foram importados, da Espanha, a princípio, seis dromedários. Depois mais quatro animais.
Foi quando os dois viram que não conseguiriam fazer o negócio crescer sem criação própria. E partiram para a reprodução dos dromedários. "Dez nasceram aqui", conta Cleide. O último animal que nasceu, uma fêmea, inclusive, teve votação na internet, no site da Dromedunas, para a escolha do seu nome. Acabou sendo chamada de Zatara. Cleide e Landry se separaram em 2004, mas seguem sócios. Eles mantêm 12 pessoas para cuidar dos passeios e da criação dos dromedários. Os filhos mais velhos – cada um tinha dois filhos de relações anteriores – ajudam no negócio.
Nos passeios da Dromedunas, a empresa oferece lenços aos turistas, para que eles possam colocá-los sobre as cabeças, imitando os árabes. Os animais da empresa são os de uma corcova apenas e têm como origem a Península Arábica. Existe também o camelo bactriano, que é originário da Ásia, e tem duas bossas.
Cleide conta que cuidar dos animais dá trabalho. Os dromedários comem, de acordo com ela, ração, feno e cenoura, entre outros alimentos. E o negócio como um todo, não dá muito lucro, segundo Cleide.
A potiguar, no entanto, acredita que não está nesta área por acaso. Ela tem descendência portuguesa, mas, apesar de não ter informações de familiares sobre isso, crê que tem sangue árabe. "Antes mesmo disso tudo eu já sentia uma ligação forte com a região", fala, a respeito do mundo árabe. Os traços físicos, similares aos das mulheres árabes, lhe deram a possibilidade de atuar como figurante na novela "O Clone", que conta a história de uma marroquina e teve cenas gravadas no Rio Grande do Norte.
Além de tocar a Dromedunas, Cleide também dá aulas, mas agora na área de Turismo para institutos como o Senac. Ela é graduada em Turismo, pós-graduada em Pedagogia Empresarial e pretende começar em breve um mestrado em Gestão Ambiental.
Contato:
Dromedunas
Site: www.dromedunas.com.br
Telefone: +55 (84) 3225 2053