Emirates News Agency*
Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) – Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC, da sigla em inglês), união aduaneira formada por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã, pretendem construir 35 novas plantas de dessalinização de água do mar e geração de energia elétrica. Serão investidos cerca de US$ 10,9 bilhões nos projetos que devem estar concluídos até 2015.
Os empreendimentos incluem 22 usinas de dessalinização de água do mar somente na Arábia Saudita. Os países árabes já investiram cerca de US$ 10 bilhões na construção de plantas semelhantes. Este valor inclui custos de operação e manutenção, segundo informações do jornal árabe Khaleej Times.
Por causa do crescimento da população e em face do clima árido, os países do Golfo dependem cada vez mais da água dessalinizada. Os novos projetos são vitais para o crescimento econômico da região.
Nos últimos anos, o GCC transformou-se na região que mais consome água dessalinizada no mundo, aproximadamente 2,5 bilhões de metros cúbicos por ano. Muito dependentes das estações de dessalinização, as nações do bloco não são, porém, auto-suficientes em insumos e peças de reposição para estes projetos. Além da Arábia Saudita, nenhum dos países produz maquinário e peças de reposição.
Intercâmbio com a América do Sul
O problema da falta de água nos países árabes deverá ser discutido durante a reunião de cúpula dos chefes de estado árabes e sul-americanos, que será realizada no Brasil em maio do próximo ano. Aliás, a possibilidade de cooperação entre as duas regiões na área de gestão dos recursos hídricos já começou a ser debatida.
Em setembro, o Itamaraty, o governo do Ceará e o Banco do Nordeste realizaram, em Fortaleza, um seminário internacional sobre o semi-árido e recursos hídricos, que reuniu representantes de 14 países árabes e da América do Sul.
Durante o evento, preparatório à reunião de cúpula, foram identificadas mais de 40 áreas passíveis de cooperação entre as duas regiões. A idéia é promover trabalhos conjuntos que resultem em produtos ou projetos que possam ser patenteados. Um dos campos em que pode haver intercâmbio é o de dessalinização da água do mar.
Representantes dos países árabes e da América do Sul já começaram a negociar o texto que será apresentado ao final da reunião de cúpula. A troca de experiências na área de manejo dos recursos hídricos é um dos pontos de consenso.
*Com informações da redação da ANBA