São Paulo – Os Emirados Árabes Unidos foram selecionados como um dos mercados prioritários para as ações comerciais do setor aeroespacial brasileiro nos anos de 2011 e 2012. Esta semana, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e o Centro para a Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista (Cecompi) renovaram o convênio do Projeto Setorial Integrado (PSI) para a promoção de exportações deste segmento e elegeram os principais mercados-alvos para as vendas.
O foco da parceria é aumentar o número de empresas exportadoras do setor. Atualmente, das 60 empresas que fazem parte do PSI, apenas seis exportam. Entre as companhias participantes do projeto, estão representantes do setor aeronáutico, de defesa e espacial, além de fabricantes de peças e estruturas (como usinagens, materiais compostos, aeroestruturas, interiores, aviônicos, ferramentas de navegação, equipamentos militares, etc); de serviços (engenharia, consultoria, treinamento, pesquisa e desenvolvimento, montagem, simuladores de voo, etc), e ainda pequenas aeronaves e veículos aéreos não tripulados (VANTs).
Segundo Mariana Gomes, gerente de projetos do Cecompi, os VANTs e as peças aeronáuticas para o segmento de defesa são os produtos brasileiros com maiores chances no país árabe. "É a primeira vez que eles [os Emirados] estão no projeto. É uma possibilidade de as empresas diversificarem seus clientes. A capacitação técnica que temos aqui não vai deixar a desejar", afirma. "Há também a possibilidade de parcerias com empresas de lá e de dar acesso a eles a empresas daqui. É um mercado pouco explorado pelo Brasil", destaca. Atualmente, os maiores mercados das exportações brasileiras do setor são a Europa, especialmente França, Bélgica e Portugal; e os Estados Unidos.
Em relação ao setor espacial, Mariana explica que o segmento ainda tem uma participação muito pequena se comparada ao setor aeronático. "A ideia é que façamos um trabalho mais forte para atrair este setor [para o mercado externo]". Segundo a gerente do Cecompi, 80% das empresas que compõem o projeto são fornecedoras da Embraer.
O primeiro convênio entre a Apex e o Cecompi, válido para os anos de 2009 e 2010, rendeu US$ 38 milhões em exportações do setor. "Pretendemos que este ano aumente 5% e, ano que vem, 10%", declara Márcio Almeida, gerente de Projetos da Apex. Para isto, o convênio deverá investir cerca de R$ 4,8 milhões.
De acordo com Mariana, estão previstas para 2011 a participação em grandes feiras do setor aeronáutico como a Paris Airshow, na França; a LAAD Defense & Security, no Rio de Janeiro; a Labace, em São Paulo, e a NBAA, em Las Vegas, Estados Unidos. Para 2012, será dado início às viagens de missões prospectivas, que incluem os Emirados Árabes em sua rota. Os outros mercados eleitos como prioritários para o atual convênio são Estados Unidos, Espanha, Canadá, França, Chile, Alemanha e Portugal.