O modelo de Parceria Público-Privada (PPP) pode ser um instrumento fundamental para o desenvolvimento das economias do Mediterrâneo durante a atual crise econômica mundial. A afirmação é de um estudo do Ipemed (Institut de Prospective Économique du Monde Méditerranéen), da França. O trabalho lista ainda conselhos para os governos e empresas dos países da região realizarem acordos eficientes e funcionais.
De acordo com uma estimativa do Banco Europeu de Investimento (BEI), a região mediterrânea irá precisar de investimentos de cerca de 300 milhões de euros até o ano de 2030. O valor, segundo o Ipemed, dificilmente poderá ser obtido diretamente dos cofres públicos dos países, a maioria com débitos públicos elevados e tendo perdido forças enfrentando a crise econômica mundial dos últimos anos.
Modelo virtuoso
Diante do cenário, o estudo do Ipemed propõe que o único modo será criar mecanismos – políticos, financeiros e jurídicos, principalmente – para que atores privados entrem no jogo, participando de projetos específicos. De acordo com o Ipemed, algumas nações da região já entenderam essa necessidade e têm investido nesse tipo de parceria, outras ainda não deram nem os primeiros passos, “por razões históricas, macroeconômicas e de contexto político”.
A dica do Ipemed é compartilhar as informações entre as nações para criar uma legislação comum, que possa ser aplicada aos países da região que queiram estimular as parcerias público-privadas. “Compartilhar as experiências de sucesso – tanto nacional quanto internacional – poderá dar vida a um círculo virtuoso de estimulo à prática da construção de PPPs”, conclui o documento.
Metrô na Argélia
Poucos meses após a inauguração da primeira linha de metrô da Argélia, em Argel, em novembro do ano passado, o país começa a pensar na ampliação do serviço. A companhia Ema, gestora do projeto, já programou uma extensão de 40 quilômetros com um plano que deve ser concluído até 2020. Para realizar o projeto, a Ema lançou um edital (nacional e internacional) para a realização de estudos preliminares para a obra.
Edital
Os estudos avaliarão a possibilidade da construção do percurso Chevalley-Dely Ibrahim-Chéraga-Ouled Fayet-El Achour e Draria. No ano passado, a Ema havia lançado um outro concurso para estudos de viabilidade do trecho El Harrach-Bab Ezzouar e Ain Naâdja-Baraki, place des Martyrs-Bab El Oued- Chevalley.
O metrô de Argel tem 9 quilômetros de extensão, divididos em dez estações. A construção teve início na década de 1970, mas foi interrompida durante muitos anos e retomada na década de 2000. Atualmente, possui 14 trens. As informações são da agência ANSA.
Treinando mão de obra
Os Emirados Árabes Unidos (EAU) vão oferecer treinamento profissional aos imigrantes estrangeiros que vão trabalhar na região, na área de infra-estrutura. A ideia é criar centros de formação nos países de onde vêm a maioria da mão-de-obra que aporta nos Emirados. Um ranking inicial aponta Índia, Paquistão e Bangladesh como os principais fornecedores de operários aos EAU, somando 85% de toda a mão-de-obra da região.
O primeiro centro será aberto na Índia, em 2013, seguido por Paquistão e Bangladesh. A intenção é, no primeiro ano, formar 5.000 mil pessoas, 20.000 em 2014 e 50.000 em 2015. Com a medida, os Emirados querem garantir trabalho qualificado para as suas construções, mas também evitar situações de risco para os trabalhadores.
Custo alto
Os centros irão oferecer treinamentos técnicos e instruir os trabalhadores sobre as leis locais do país árabe, com o objetivo de evitar que sejam vitimas das falsas agências. O serviço, no entanto, não é gratuito. Para ter acesso, deve-se pagar uma quantia de 1.200 euros. O valor é considerado alto pelo mercado. A solução proposta pelos idealizadores é de que a quantia seja dividida entre o futuro empregado e a empresa interessada em contratá-lo.