Brasília – O governo do Brasil aguarda uma análise detalhada do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para se manifestar oficialmente sobre a constatação, pela Comissão de Investigação de Direitos Humanos da ONU, de que forças de segurança ligadas ao presidente da Síria, Bashar Al Assad, são responsáveis por violações de direitos humanos no país.
Nesta segunda-feira (28), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversou com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil El Arabi. O chanceler soube que a Liga Árabe ainda aguarda de Assad a autorização para o envio de 500 observadores estrangeiros ao país. Mas, se a decisão demorar, os árabes pretendem intensificar a pressão contra a Síria.
Desde o agravamento da onda de violência na Síria, há oito meses, o governo brasileiro rechaçou os atos de repressão do governo local contra os manifestantes que pregam a queda do regime de Assad. No dia 22, a ONU aprovou uma resolução de crítica aos atos do governo sírio, com o apoio do Brasil e de 120 países.
Ainda esta semana, o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve convocar uma reunião para discutir o conteúdo do relatório da Comissão. Pelos dados da ONU, cerca de 3,7 mil pessoas foram assassinadas desde a eclosão dos protestos.
As investigações da comissão da ONU começaram em 26 de setembro. Integraram o grupo de peritos o brasileiro Sérgio Pinheiro, especialista em direitos humanos, o turco Yakin Erturk, especialista na área da violência contra mulheres, e a norte-americana Karen Abou Zayd, especialista nas questões humanitárias e de refugiados.