Da redação
São Paulo – Foram assinados nesta quinta-feira (17) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, 11 contratos para obras de construção de três novas plataformas (P-51, P-34 e P-54), todas destinadas à Bacia de Campos, e de reforma da P-34. A informação é da gerência de comunicação da estatal. Os investimentos somam R$ 6,3 bilhões, com exigência de conteúdos nacionais de, no mínimo, 60%.
As quatro obras, que deverão criar cerca de 42,4 mil empregos (10, 6 mil diretos e 31,8 mil indiretos), integram o conjunto de projetos destinados a garantir ao Brasil a auto-suficiência em petróleo em 2006.
A plataforma P-51, destinada ao módulo 2 do campo de Marlim Sul, terá capacidade para produzir diariamente 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural. Será a primeira unidade de produção semi-submersível inteiramente construída no Brasil, colocando o país na reduzida lista de nações tecnologicamente capacitadas para produzir este tipo de plataforma.
A P-51 será posicionada na profundidade de 1.255 metros, a 175 km do litoral norte do Rio de Janeiro. O prazo de construção é de 38 meses, envolvendo R$ 2,3 bilhões em investimentos, que deverão gerar 4,8 mil empregos diretos e 14,4 mil indiretos no país. O conteúdo nacional foi fixado em 70%.
Sua contratação está sendo efetivada após três licitações: uma para os módulos de energia elétrica, que serão construídos pela Rolls Royce em Niterói; outra para os módulos de compressão de gás, cuja construção será feita pela Nuovo Pignone, também em Niterói; e uma terceira para construção e integração do casco e da planta de processo e utilidades, em que foi vencedor o Consórcio Fels Setal/Technip. O casco será construído na Fábrica da Nuclep, em Itaguaí (RJ), e os demais serviços deste terceiro contrato serão executados nos estaleiros localizados em Angra dos Reis (RJ) e Niterói (RJ).
Destinada ao segundo módulo de desenvolvimento do Campo de Roncador, a P-54 é um equipamento do tipo FPSO (produz, estoca e escoa o petróleo produzido). Ficará estacionada na profundidade de 1.315 metros e a 110 km da costa fluminense. A obra consiste na conversão e adaptação do navio-tanque Barão de Mauá, da Frota Nacional de Petroleiros, para transformá-la em unidade flutuante de produção. Como a P-51, também terá capacidade para produzir 180 mil barris de óleo e 6 milhões de metros cúbicos diários. Sua capacidade de estocagem será de 2 milhões de barris de petróleo que serão escoados para terra por embarcações denominadas navios-aliviadores.
Também está sendo contratada depois de três licitações: uma para os módulos de geração, em que foi vencedora a Nuovo Pignone (Rio de Janeiro-RJ); outra para os módulos de compressão de gás, vencida pela Dresser Rand (Niterói-RJ); e uma terceira para conversão e integração do casco com a planta de processo e utilidades, que ficará a cargo do estaleiro Jurong Shipyards (Cingapura e Niterói).
O prazo da obra é de 29 meses, o conteúdo nacional será de 65% e os investimentos totalizarão R$ 2,4 bilhões. Serão gerados 2,6 mil empregos diretos e 7,8 mil indiretos no país.
A plataforma P-34 passará por adaptações para viabilizar a produção do campo de Jubarte, na área denominada Parque das Baleias, na Bacia de Campos, em frente ao litoral do Espírito Santo.
A obra da P-34 consiste na preparação de sua planta de processamento de petróleo para receber o petróleo pesado (17º API) do campo de Jubarte. Além disso o sistema de ancoragem, antes com capacidade para 800 metros, passará para 1.350 metros, profundidade sobre a qual será estacionada. A P-34 tem capacidade para produzir 60 mil barris de óleo por dia.
Sua contratação foi realizada por meio de uma licitação única, vencida pela empresa GDK, que realizará as obras de adaptação em canteiro localizado no Porto de Vitória (ES). Com duração de 13 meses, os trabalhos vão consumir 800 toneladas de aço, com 80% de conteúdo nacional, R$ 265 milhões de investimentos e geração de 700 empregos diretos e 2,1 mil indiretos no Brasil.
Integrante do Plano Diretor de Escoamento e Tratamento do Óleo da Bacia de Campos – PDET, a função da Plataforma de Rebombeio Autônoma – PRA-1 é viabilizar o escoamento da produção de petróleo e gás natural provenientes das plataformas P-52, P-55 e Módulo 34 (Campo de Roncador), P-51 e P-40 (Campo de Marlim Sul) e P-53 (Campo de Marlim Leste), todas localizadas em profundidades superiores a mil metros.
A PRA-1 é uma plataforma fixa que será instalada a 115 km da costa fluminense em profundidade de 105 metros, com capacidade diária de rebombear e transferir 818 mil barris de petróleo e 1,9 milhão de metros cúbicos de gás natural. Com entrada em operação prevista para 2006, a plataforma de rebombeio PRA-1 estará contribuindo para o Brasil chegar à auto-suficiência na produção de petróleo em 2006.
A contratação de sua construção foi efetivada em quatro licitações: uma para a jaqueta e estacas, em que foi vencedora a Techint (Pontal do Sul-PR); outra para sistemas de bombeio, vencida pela Sulzer (São Paulo-SP); outra para o módulo de energia elétrica, a ser construído pela Rolls Royce; e a última para construção, instalação e interligação no mar de todos os módulos, obra que ficará a cargo do consórcio CNO/UTC (São Roque do Paraguaçu-BA).
Sua construção, no prazo de 22 meses, demandará investimentos de R$ 1,34 milhão, com conteúdo nacional de 70% e geração de 2,5 mil empregos diretos no Brasil.