São Paulo – Um relatório divulgado na última semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) indica que o Produto Interno Bruto (PIB) do Líbano deverá crescer entre 3% e 4% neste ano. É mais do que o crescimento estimado para 2011, entre 1% e 2%, porém menos do que os 8,5% e 7% registrados em 2009 e em 2010, respectivamente. O motivo para a redução na atividade econômica foi a queda do governo de coalisão, em janeiro, e a demora do país em formar uma nova liderança. Isso, segundo o Fundo, provocou um "choque de confiança" nos mercados.
A queda na atividade econômica em 2011 afetou, principalmente, os setores de turismo, varejo, atacado e imobiliário. "O PIB pode crescer de 3% a 4% em 2012, mas isto depende de fortes políticas internas [para promover este crescimento] e um ambiente regional melhor”, afirmou o estudo do FMI. Para a instituição, os riscos de outra desaceleração da economia libanesa são grandes porque o aumento das tensões na vizinha Síria podem ter graves repercussões políticas e econômicas no Líbano. O país também não deverá escapar dos efeitos indiretos da crise na Europa.
Para os técnicos do FMI, as autoridades libanesas precisam, agora, manter a disciplina fiscal e estar prontas para adotar planos de contingência caso os riscos de queda na atividade econômica se acentuem. Eles entendem que o país precisa reduzir o endividamento do governo, criar espaço para aumentar os gastos sociais, tornar a política fiscal mais equilibrada e gerir melhor os gastos públicos.
"A economia se tornou mais resistente nos últimos anos graças à redução da dívida em relação ao PIB e a um aumento das reservas internacionais. Mas a dívida governamental a 134% do PIB no fim de outubro de 2011 permanece entre as mais altas do mundo e dá origem a necessidades recorrentes de financiamentos", afirma o levantamento. Em 2009 esta dívida correspondia a 146% do PIB. Em 2012, deverá ser o equivalente a 132% do PIB.
O FMI sugere que, no médio prazo, o país faça reformas adiadas para desenvolver sua infraestrutura. Também precisa melhorar o clima empresarial, remover as ineficiências do mercado de trabalho e gerar empregos. O levantamento que o FMI fez nas contas do Líbano é feito todos os anos com todos os países-membros do Fundo.