Brasília – O investimento estrangeiro direto, que vai para o setor produtivo da economia, está em US$ 2,2 bilhões, neste mês, até esta terça-feira (23), informou o Banco Central (BC). Com o resultado, a projeção do BC para o ano, de US$ 30 bilhões, já foi superada. De janeiro a outubro, o total desses investimentos somou US$ 29,404 bilhões, contra US$ 19,235 bilhões registrados nos dez meses de 2009.
O BC atualiza as projeções para os resultados do ano a cada três meses e a próxima revisão será divulgada em dezembro. Somente para novembro, a estimativa do BC é que o investimento estrangeiro fique em US$ 2,8 bilhões. O valor chegou a US$ 6,771 bilhões, em outubro – maior resultado para o período registrado pelo BC – e superou a previsão de US$ 5 bilhões.
“No final do mês [passado], entraram recursos acima do que estávamos esperando”, explicou o chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel.
Segundo Maciel, os investimentos estão disseminados na economia, mas há destaque para o setor de extração de minerais metálicos, em que o volume somou US$ 5,215 bilhões (15,2% do total de investimentos), de janeiro a outubro. Produtos químicos tiveram investimentos de US$ 6,594 bilhões, que representam 19,3% do total.
Se a projeção para o investimento estrangeiro se confirmar, o resultado não será suficiente para cobrir o déficit em conta-corrente, registro das operações de compra e venda de mercadorias e serviços com o exterior, previsto em US$ 4,4 bilhões, neste mês. Quando isso acontece, o país recorre a outras formas de financiamento: empréstimos e investimentos em carteira (ações e títulos de renda fixa).
De janeiro a outubro, o déficit em conta-corrente ficou em US$ 38,763 bilhões, ante US$ 15,079 bilhões observados no mesmo período do ano passado. O resultado acumulado corresponde a 2,37% de tudo que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB). Somente no mês passado, o déficit foi de US$ 3,7 bilhões.
Segundo Maciel, o saldo negativo em conta-corrente é influenciado também pelo aumento de gastos de brasileiros com viagens ao exterior, transportes “associados aos fluxos de importações e exportações” e aluguel de equipamentos. O saldo das despesas e receitas com transporte está negativo em US$ 5,370 bilhões, de janeiro a outubro. No caso de aluguel de equipamentos, o resultado negativo, nesse período, foi de US$ 11,065 bilhões.