São Paulo – Nascida na cidade gaúcha de Porto Alegre, mas com parte da família de origem brasileira e parte palestina, a rapper, cantora e compositora Majda Asad, conhecida artisticamente como Maj, lançou no começo deste mês as três últimas faixa de uma obra musical que reflete sua identidade multifacetada entre os dois países.
Intitulado NUSS NUSS نص نص, o projeto tem sete músicas e as últimas passaram a estar disponíveis nos aplicativos de som em 9 de setembro. Segundo material divulgado, o álbum entrelaça as raízes brasileiras e palestinas da cantora, celebrando a resistência e a vida, suas origens, sua identidade e suas reflexões sobre o mundo.
O nome do projeto faz referência ao termo usado pelos palestinos para descrever a artista, quando ela visitou o país. “Em árabe, significa meio a meio, metade-metade, faz referência a essa questão de eu ser palestina e brasileira. Além de representar esse projeto também, que é meio samba, meio rap, meio rock, meio poesia”, explica a cantora.
A primeira música lançada, em agosto de 2023, chamada A Cabra, diz “Eu sou a fome do ocidente com a sede do oriente, mas eu não sou daqui e nem sou de lá. Eu sou esse vazio e esse todo”. O projeto nasceu em 2020, quando a artista retornou da Palestina. “Essa música ‘A Cabra’ veio como uma apresentação minha ao mundo. Mostrando quem eu sou, minhas dores, força e fé”, afirmou no material divulgado.
O projeto NUSS NUSS نص نص tem Thomas Harres na bateria, Donatinho nas teclas e músicos da Orquestra Brasileira de Música Jamaicana nos metais, entre outros. Além de “A Cabra”, a obra é composta por singles como “Avisa Allah”, que significa “Avisa Deus”, com a participação da cantora palestina síria Oula Sagheer e do músico palestino Yousef Saif, “Moça, larga a louça”, um rap samba com parceria da MC de rap Gabi Niaray, e “Insônia”, que fala sobre as dores do amor romântico inventado.
As novas faixas do álbum da rapper
As três novas faixas do álbum NUSS NUSS نص نص são “Equilíbrio Estranho”, sobre o amor real, “Monsters”, a respeito da maternidade no contexto do mundo moderno pós-colonial, e “Ainda Pulsa”, um chamado à vida e à resistência, seja após a pandemia ou o conflito na Faixa de Gaza.
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