São Paulo – Empresários brasileiros e árabes que participam de rodada de negócios do setor de alimentos na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, esperam fechar contratos com uma ou mais empresas com as quais negociaram. O encontro foi realizado terça e quarta-feira (11).
“Encontrei algumas empresas de chocolates, o que é muito interessante, e penso que podemos fazer bons negócios com elas. Também me encontrei com produtores de café, com quem também acredito que podemos fechar algo. Encontrei-me com cerca de 20 empresas e algumas delas são extremamente interessantes para o Oriente Médio”, destaca Moyaed Shaker Al-Samman, vice-diretor geral do International Center Group Foodstuff, empresa que atua com distribuição no Kuwait.
A companhia quer importar também castanha de caju, carne bovina e frangos. Entre os fornecedores brasileiros com os quais negociou, Samman disse ter interesse nos produtos da Harald (chocolates), Energy (açúcar) e C.Vale (frangos).
“As empresas estão bem interessadas em fazer parcerias, elas buscam produtos de alta qualidade”, afirma Fernando Aguiar, representante da C. Vale. Aguiar avalia a conversa que teve com Samman como “muito boa”. “Ele mostrou grandes perspectivas de negócios. Todos com quem eu conversei estão bem interessados”, acrescentou o executivo.
Khushi Gurbani, diretor de atacado e importação da empresa Babasons, que atua com distribuição no Bahrein, fala sobre os produtos que está buscando e o que encontrou durante as reuniões.
“Estou procurando por aves e carne bovina. Além disso, procuro por sucos e doces, e já encontrei alguns fornecedores destes produtos. O Brasil tem também boas frutas e elas são interessantes para o meu país”, relata. Das empresas com as quais conversou, Gurbani disse ter interesse em negócios com o frigorífico JBS.
Priscila Ruiz, da trading Argofruta, espera ter encontrado um importador para seus produtos no Oriente Médio. “Queremos encontrar uma empresa que compre da Argofruta e venda para o cliente [final]. A Barakat vende direto para hotéis e é esse tipo de parceiro que estamos procurando. A Barakat tem clientes em potencial e ficou interessada no limão e no gengibre”, afirma, sobre sua conversa com um importador dos Emirados Árabes Unidos. A trading paulistana exporta limão, manga, uva, mamão e gengibre para países como Holanda, Inglaterra, Canadá e Rússia.
Com 70 supermercados nos Emirados, a rede Spinneys não importa do Brasil. Tinus Hendrikse, gerente comercial, veio ao País em busca de fornecedores de frutas, vegetais, carne de porco, frango, carne bovina e açúcar. “O mix de reuniões foi muito bom. Há alguns fornecedores com os quais podemos fechar negócios, como a Daros (frutas e vegetais), JBS (carne bovina), Frangos Pioneiro e GCM Trade (café). Os preços estão mais competitivos. Nós, atualmente, compramos carne de porco e frango da Espanha, então, aqui os preços estão mais competitivos”, declara. A rede está presente em Omã e no Bahrein.
Os muçulmanos não comem carne suína, mas nos Emirados a maior parte da população é de expatriados, e muitos não seguem a religião, por isso o produto pode ser encontrado em supermercados.
Depois de conversar com oito importadores, Ilonka Eijsink, da Frangos Pioneiro, apostava em bons negócios com os árabes. “Valeu muito a pena. Quando vamos às feiras, recebemos muitas empresas no estande que não estão focadas. Aqui, são empresas estabelecidas e que estão buscando um negócio sério. Acredito que 80% das conversas devem render negócio, o que é uma porcentagem muito maior que a de uma feira”, avalia.
A rodada, realizadas em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), reuniu dez importadores árabes e mais de 60 empresas brasileiras.