São Paulo – O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, destacou a "ousadia" do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na condução da política externa do governo brasileiro. “O senhor ousou, senhor ministro”, afirmou Schahin, em discurso, durante jantar em homenagem ao chanceler na noite desta sexta-feira (13), no Esporte Clube Sírio, em São Paulo.
“A sua gestão nestes sete anos e meio de governo permitiu ao nosso país se inserir no cenário global, com o respeito que um país com dimensões continentais, com uma população de quase 200 milhões de habitantes e um dos dez maiores PIBs do mundo, merece”, disse o presidente da Câmara Árabe a um público formado por personalidades da comunidade de origem árabe, políticos, jornalistas, empresários e diplomatas.
Schahin ressaltou que hoje o Brasil “é um protagonista mundial, sem ufanismo, mas com responsabilidade”, e que essa situação foi alcançada “sem abrir mão da devida prudência sempre necessária na condução dos assuntos diplomáticos de um país”. “O país é hoje, graças ao binômio crescimento com inclusão social – pedras angulares do governo Lula -, reconhecido internacionalmente como uma potência emergente, e, como tal, é figura indispensável na discussão dos grandes problemas que continuam a afligir nosso planeta”, afirmou.
O presidente da Câmara Árabe acrescentou que a “ousadia” mostrada pela política externa brasileira pode ser vista na construção de novas relações internacionais, na ampliação da cooperação Sul-Sul, na integração dos países sul-americanos e na criação de novos mecanismos de diálogo multilateral. “Desenvolvendo uma política externa multipolar e abrangente, construindo novas relações sem deixar de lado suas alianças tradicionais, o Brasil não se apequenou”, disse.
Schahin destacou que o chanceler fez 60 visitas a países árabes, foram assinados 44 atos bilaterais com essas nações em diferentes áreas e deu ênfase ao crescimento das exportações brasileiras à região, que, em sua avaliação, podem chegar a US$ 11 bilhões este ano.
Cooperação da Câmara
Amorim retribuiu a homenagem da Câmara Árabe e declarou que sem a cooperação da entidade “não teríamos feito um décimo do que fizemos”.
Ele brincou que viajou quase tanto quanto Ibn Battuta, famoso explorador marroquino do século 14. “Me sinto muito engajado nessa tarefa de aproximação do Brasil com os países árabes”, afirmou. “Ir aos países árabes é também buscar nossa identidade”, acrescentou, referindo-se à origem de milhões de brasileiros.
O ministro ressaltou ainda que a diplomacia brasileira baseou-se nos últimos anos na busca por relações diretas com outros países em desenvolvimento. “Mostramos que o Brasil não precisa pedir licença para ninguém”, disse, em alusão às nações desenvolvidas, especialmente os Estados Unidos e União Européia.