São Paulo – A secretária de Comercio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, disse nesta quarta-feira (17) que o saldo comercial brasileiro em 2012 será “maior do que o esperado por muitos”. De janeiro até a semana passada, o País acumulou superávit de US$ 17,5 bilhões, de acordo com o MDIC, contra quase US$ 24 bilhões no mesmo período do ano passado.
Na última pesquisa Focus, feita pelo Banco Central junto ao mercado financeiro, a estimativa é de um superávit de US$ 18 bilhões até o final do ano. Em 2011, o saldo ficou positivo em US$ 29,8 bilhões.
Tatiana participou do seminário "Perspectivas das relações econômicas entre o Brasil e os países árabes – 60 anos da Câmara de Comércio Árabe Brasileira", promovido pela Câmara Árabe e pelo jornal Valor Econômico, em São Paulo.
A secretária afirmou que mesmo com o comércio exterior brasileiro em baixa em 2012, com queda de 4,7% nas exportações e de 1,7% nas importações, o setor terá “o seu segundo melhor ano, apesar de tudo”, com números abaixo apenas dos de 2011. “As exportações de manufaturados impedem uma queda maior”, destacou.
Ela declarou que há preocupação com a continuidade da crise internacional e seus impactos na balança comercial brasileira. “Este é um ano difícil para o comércio exterior do País, sobretudo em função da crise, com baixa demanda em mercados tradicionais”, declarou. A queda do preço do minério de ferro, uma das principais commodities da pauta de exportações, ajudou a reduzir as receitas.
Frente a este cenário, Tatiana ressaltou a importância da diversificação de destinos e de produtos comercializados pelo Brasil. Nesse sentido, ela disse que os países árabes são considerados estratégicos pelo governo. A secretária destacou que o mercado de consumo na região está em crescimento. “E as barreiras tarifárias são relativamente baixas, não são impedimento ao comércio”, afirmou.
Ela informou ainda que o acordo de livre comércio que o Mercosul assinou com o Egito em 2010 será enviado para votação do Congresso Nacional nos próximos meses. Tatiana disse que o assunto foi discutido na última reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão do governo responsável pelas políticas do setor.
O presidente da Câmara Árabe, Salim Taufic Schahin, comentou que há um grande potencial a ser aproveitado pelo Brasil no comércio com o mundo árabe. Ele destacou a atratividade do ramo de alimentos. Os países do Oriente Médio e Norte da África têm populações crescentes e grande preocupação com a segurança alimentar.