São Paulo – A partir de 03 de maio os brasileiros poderão ver de perto pinturas, manuscritos, cartas, documentos, cadernos originais e até objetos pessoais do filósofo, poeta, pintor, ensaísta e romancista libanês Gibran Khalil Gibran. Uma exposição no Memorial da América Latina vai mostrar as peças, vindas diretamente do Museu Gibran, que fica em Bicharré, no Líbano. De acordo Lody Brais, presidente da Associação Cultural Brasil-Líbano, que organiza a mostra, é a primeira vez que esse material será exposto em um país da América Latina.
A Associação Cultural Brasil-Líbano promove a exposição com o Comitê Nacional Gibran e o Museu Gibran. A entidade tem por objetivo resgatar a cultura libanesa no País e costuma trabalhar em cima de temas que unem o Brasil e o Líbano. “Gibran é conhecido no mundo todo”, afirma Brais. Ela acredita que a mostra vai atrair todo tipo de público, não apenas os que já são admiradores da obra do libanês, mas também os jovens, que terão no evento uma oportunidade de conhecê-lo. Para isso, a associação está fazendo divulgação em escolas e universidades.
A preparação da exposição ocorre desde 2011. A entidade já realizou outro evento, em 2008, para comemorar os 125 anos do nascimento de Khalil Gibran. A exposição no Memorial da América Latina celebra os 130 anos do poeta, que nasceu em 1883 e morreu em 1931, aos 48 anos de idade.
Bicharré, onde fica o Museu Gibran, é a cidade de nascimento do escritor. Khalil se mudou ainda criança com a mãe e os irmãos para os Estados Unidos, mas chegou a voltar ao seu país para estudar e depois morou um tempo na França, para prosseguir a formação artística. Mas foi principalmente em Nova York, onde morou, que se relacionou com diversas personalidades do mundo artístico, que o influenciaram. Com outros poetas árabes e libaneses que viviam nos Estados Unidos, Khalil Gibran fundou uma sociedade literária. O seu primeiro livro, escrito em árabe, foi A Música, e o primeiro em inglês foi O Louco, de 1918.
Gibran teve alguma influência artística da sua mãe, Kamileh Rahmeh, filha de um clérigo maronita, que o incentivava nos desenhos, lia trechos da Bíblia para o filho e lhe mostrou, aos seis anos, pinturas de Leonardo da Vinci. Na carreira, Gibran também colaborou com artigos e ensaios para jornais. Em alguns deles falava de questões sociais do Líbano e defendia, por exemplo, a emancipação das mulheres. Em 1923, ele publicou no idioma inglês O Profeta, o seu livro mais famoso, que, inspirado na Bíblia, Nietzsche e Willian Blake, trata do amor, amizade, morte, entre outros temas. Em 1931, Khalil Gibran morreu com cirrose e tuberculose.
Mostra
A abertura da exposição sobre Khalil Gibran no Memorial da América Latina ocorre no dia 2 de maio, às 20h30, e terá a presença de autoridades brasileiras e libanesas, entre elas o vice-presidente da República Michel Temer e o cardeal patriarca maronita, Bechara Boutros Al-Rahi. A curadoria da exposição é de Joseph Geagea, diretor do Museu Gibran, e a coordenação de Lody Brais. A mostra vai até 26 de junho.
Para comemorar os 130 anos do nascimento de Khalil Gibran também haverá outros eventos neste ano, como a leitura dramática de Um Profeta em Nova York, peça teatral inspirado na vida e obra do libanês, exposição de filmes sobre o poeta e mostra fotográfica nas estações de metrô e trens da capital paulista.
Serviço:
Exposição sobre Khalil Gibran
De 03 de maio a 26 de junho
No Memorial da América Latina – Salão de Atos – portões 04 e 05
Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda – SP
Entrada gratuita
De terça a domingo, das 9h às 18h