São Paulo – Na Grande Mesquita Sheikh Zayed, em Abu Dhabi, tudo é superlativo: desde os oito anos que o prédio principal demorou para ser construído até a quantidade de materiais utilizada em seus 22 mil metros quadrados de área. Além de representar em escalas grandiosas a fé no islã, o monumento merece a visita de qualquer turista porque não se trata unicamente de um templo. Trata-se de um local que faz referências à história e que é também um exemplo de arquitetura, com inspiração até no Taj Mahal.
Mesmo sendo imponente, com seus 82 domos e quatro minaretes de mais de cem metros de altura, a mesquita não é vista facilmente de qualquer região da capital dos Emirados Árabes Unidos.
Sua arquitetura encontra rivais atrativos nas ruas da cidade, como é o caso do Emirates Palace Hotel, do Yas Marina Circuit, que recebe a Fórmula 1, e do Ferrari World, o parque temático da marca de carros esportivos. Dona de uma fachada feita em mármore branco, a mesquita encontra outra concorrente na paisagem: areia. Trazida do deserto, fica em suspensão no ar e acaba por “esconder” edifícios.
Mesmo com tantos concorrentes, não se engane: a Sheikh Zayed Grand Mosque impressiona. Tudo nela é exagerado. O terreno em que ela fica, por exemplo, é muito grande e mesmo após 16 anos do começo da construção, em 1996, ainda não está pronto. Trabalhadores ainda colocam no chão as pedras que formam um grande mosaico. Já ao redor da mesquita a história é diferente. Tudo pode ser conferido pelos turistas e adorado pelos fiéis islâmicos.
As mais de mil colunas que sustentam o prédio não são meros pilares. Os topos delas têm forma de ferradura e fazem referência à tradicional arquitetura islâmica e persa. Já os domos, não escondem sua semelhança com aqueles do Taj Mahal, na Índia. Ao já conhecido uso de curvas e jogo de cores dos prédios encontrados no Marrocos ou no Sul da Espanha, se unem as técnicas modernas de mosaico feito com vidro e estampas nas paredes.
O branco da fachada, o dourado das colunas e o azul do espelho d’água que predominam do lado de fora se unem, no interior, ao verde, vermelho, rosa, amarelo… Dentro da mesquita essas cores aparecem principalmente no tapete e nos lustres, objetos de decoração que merecem uma atenta observação.
Os lustres, por exemplo, são sete, feitos em aço inoxidável e latão revestido com ouro de 24 quilates. O maior dos lustres pesa 12 toneladas e os menores, duas toneladas. Embora sigam o mesmo estilo, variam nas cores dos cristais Swarovski. Depois de olhar para o alto, o visitante não pode deixar de observar o chão. O tapete de 5,7 mil metros quadrados que reveste o piso do salão principal foi feito por 1,2 mil artesãs e demorou dois anos para ficar pronto. Bordado com lã e algodão, também representa a arquitetura árabe por meio da simetria dos desenhos, cinco medalhões islâmicos estampados no tapete que estão alinhados com os principais domos do prédio.
Os superlativos que caracterizam a mesquita fazem parte da história dela desde quando começou a ser projetada, no fim dos anos 1980. Desde então, 38 empresas e três mil pessoas participaram da construção do templo, que pode receber até 41 mil visitantes. Materiais tão diversos como mármore, ouro, ferro, cristal, cerâmicas e pedras semipreciosas vieram de destinos igualmente variados, como Itália, Marrocos, China, Grécia, Nova Zelândia, Alemanha, Reino Unido, Irã, Turquia, Índia e dos próprios Emirados.
Além do salão principal, que é aberto aos turistas, há salas de oração reservadas aos fiéis. Por outro lado, todos podem conhecer o túmulo de Zayed, que foi fundador dos Emirados e idealizador da mesquita, mas que morreu antes que ela ficasse pronta. No túmulo de Zayed, há orações durante todo o dia. A entrada é gratuita, mas os visitantes devem seguir regras. Mulheres, só com todo o corpo coberto, homens de calça e camiseta. Todos devem entrar na mesquita descalços.
Mais informações:
Site: www.szgmc.ae/en/