São Paulo – O setor varejista do Oriente Médio deverá crescer cerca de 13% ao ano nos próximos quatro anos. Em 2013, o segmento deverá movimentar mais de 2,48 trilhões de dirhans (US$ 675 bilhões) e os Emirados Árabes Unidos serão responsáveis por aproximadamente 25% desse total. As informações constam do relatório ‘Previsão para o Setor de Varejo no Oriente Médio até 2013’, da companhia de pesquisa RNCOS, e foi divulgada pelo site Emirates Business 24/7.
Em 2009, o varejo no Oriente Médio movimentou US$ 418 bilhões. De acordo com outro relatório, da empresa Business Monitor International (BMI), nos Emirados o setor movimentou US$ 107,2 bilhões em 2009 e deverá chegar a US$ 150,5 bilhões em 2014. Os fatores que devem contribuir para a previsão são forte crescimento econômico, maior consumo, maior aceitação de conceitos modernos de vendas e ganho de renda dos imigrantes.
Segundo o relatório da BMI, o gasto médio por família nos Emirados é de US$ 14,4 mil. As famílias nascidas nos Emirados são as que gastam mais em compras: US$ 23 mil em média, enquanto que as famílias ocidentais, árabes e asiáticas vivendo no país têm gasto anual médio de US$ 19,5 mil, US$ 13,5 mil e US$ 10 mil, respectivamente.
Sendo assim, os cidadãos naturais dos Emirados contribuíram para movimentar o varejo. Mas os expatriados, ou imigrantes, que vivem no país árabe constituem a parcela da população que mais contribuiu para o crescimento do setor, de acordo com o estudo da RNCOS. O turismo também contribuiu e a previsão é de que os Emirados recebam mais de 11 milhões de turistas este ano.
De acordo com a BMI, as vendas de automóveis deverão crescer 55% de 2009 para 2014, de US$ 10 bilhões para US$ 15,5 bilhões. O comércio de produtos eletrônicos, por sua vez, deve aumentar em 41%, de US$ 2,5 bilhões em 2009 para US$ 3,62 bilhões em 2014.
Segundo o relatório da RNCOS, Emirados e Arábia Saudita têm os mercados varejistas mais dinâmicos e com maior potencial da região. “A cultura do varejo evoluiu das lojas tradicionais para grandes shopping centers, supermercados, hipermercados e redes organizadas. A modificação do perfil demográfico do consumidor nesses países, a presença de uma grande população expatriada, o aumento do poder de compra e a abundância de ‘petrodólares’ atraíram marcas de alto nível para a região“, afirma o relatório.
A pesquisa da RNCOS cobriu os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) – Emirados, Omã, Kuwait, Arábia Saudita, Catar e Bahrein –,Turquia, Egito, Irã e Jordânia. De acordo com a empresa, cada país árabe reagiu à crise econômica mundial de forma diferente. "Algumas economias sofreram queda, como a do Kuwait, enquanto outras prosperaram, como é o caso do Catar, devido à forte demanda por gás natural".
*Tradução de Gabriel Pomerancblum