São Paulo – A economia tunisiana deve crescer 3,8% neste ano, recuperando parte da desaceleração de 8,2% registrada no ano passado, segundo relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o país. O organismo elogiou a resposta das autoridades tunisianas diante da crise, mas alertou que a projeção de crescimento para este ano depende em grande parte da duração e intensidade da covid-19 e do andamento da vacinação.
O fundo afirma que a pandemia levou a uma desaceleração sem precedentes na economia da Tunísia, a maior desde a independência do país. A taxa de desemprego estava em 16,2% em setembro. A inflação, no entanto, recuou devido à contração da demanda doméstica e à queda no preço dos combustíveis. O déficit em conta corrente caiu para 6,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em função de menores importações e remessas internacionais. As exportações e receitas de turismo do país, no entanto, caíram.
A Tunísia realizou contratações adicionais voltadas para o setor de saúde para atender a demanda de pacientes de covid-19 e isso fez com que a conta com o funcionalismo público ficasse mais alta para os cofres públicos. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Tunísia registrou 233 mil casos de coronavírus e 8 mil mortes pela doença. O país árabe, que fica no Norte da África, tem cerca de 12 milhões de habitantes.
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O FMI afirma no relatório que as perspectivas econômicas de médio prazo dependem da trajetória da política fiscal, da realização de reformas estruturais e da governança. Os executivos do fundo ressaltam que embora esperem crescimento do país, os riscos da projeção não se confirmaram. Eles concordaram que a prioridade no país agora deve ser salvar vidas e prover meios de subsistência e estabilidade até que a pandemia diminua.
Para a redução do déficit fiscal do país, o Fundo Monetário Internacional recomenda a redução da massa salarial, limites aos subsídios à energia e a priorização de gastos com saúde e da proteção social. O fundo também sugere ampla reforma nas estatais e incentiva as autoridades locais na adoção de planos para reduzir riscos fiscais e financeiros, para o fortalecimento da governança e a maior divulgação financeira nessas companhias.
O FMI aconselha que a política monetária tunisiana se concentre na inflação, orientando as taxas de juros, e na preservação da flexibilidade da taxa de câmbio. O organismo vê que a promoção da atividade do setor privado é fundamental para aumentar o crescimento potencial e tornar o cenário mais rico em empregos e inclusivo. O fundo elogiou os esforços do país para aumentar a inclusão financeira e alavancar a economia digital.
Nos últimos anos, tirando o movimento causado pela pandemia de covid-19, a Tunísia registrou crescimento econômico e índices favoráveis. De acordo com o FMI, o avanço do PIB foi de 1,9% em 2017, de 2,7% em 2018 e de 1% em 2019. A inflação se manteve entre 5,3% e 7,3% de 2017 a 2020. Os investimentos estrangeiros diretos alcançaram 2% do PIB em 2017, 2,5% em 2018, 2,1% em 2019 e 1,6% no ano passado.