São Paulo – O Banco Mundial revisou para cima sua projeção para o preço médio do barril de petróleo de US$ 53 para US$ 55 em 2017, de acordo com o relatório Perspectivas dos Mercados de Commodities, divulgado nesta quinta-feira (20) pela instituição. A previsão anterior é de julho.
O Bird avalia que os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estão se preparando para limitar sua produção, depois de um longo tempo sem cortes, apesar da queda quase constante dos preços nos últimos dois anos. Para 2016, porém, a instituição manteve a estimativa de cotação média do barril em US$ 43.
No início da tarde desta quinta-feira, o barril do tipo WTI era negociado a US$ 50,50 em Nova York, com queda de 1,1%, após forte alta no dia anterior. Em Londres, o barril do tipo Brent estava cotado a US$ 51,42, com recuo de 1,25%, também depois de ter tido alta na quarta-feira.
Os preços do setor de energia em geral, incluindo petróleo, gás natural e carvão, poderão subir cerca de 25% no próximo ano, de acordo com o Banco Mundial, acima do previsto em julho.
“Prevemos um forte aumento dos preços de energia, puxado pelo petróleo, no próximo ano”, disse o economista sênior do Bird e principal autor do relatório, John Baffes, segundo comunicado do banco. “Contudo, as perspectivas estão cercadas por grande incerteza, pois aguardamos os detalhes e a implementação do acordo da Opep, que, se concluído, terá um impacto sobre os mercados de petróleo, não resta dúvida”, acrescentou.
Para a instituição, a maioria das commodities deverá ter “modesta recuperação” no ano que vem, em função do aumento da demanda e da redução da oferta. Metais e minerais podem ter valorização de 4,1%, projeção que supera em 0,5 ponto percentual a anterior feita em julho.
Na seara agropecuária, a expectativa é de um avanço de 1,4%, “ligeiramente abaixo” da estimativa de julho. O banco avalia que os preços dos alimentos “devem subir mais gradativamente do que o previsto” e os das bebidas “devem sofrer uma queda mais acentuada”, por causa da previsão de “uma grande safra de café”. O banco espera valorização de 2,9% dos grãos e de 2% no caso dos óleo e farinhas.
“Os baixos preços dos produtos básicos atingem duramente as economias emergentes e em desenvolvimento que exportam esses produtos, mas esse ciclo parece ter chegado ao fim”, afirmou o diretor do Grupo de Perspectivas do Banco Mundial, Ayhan Kose, segundo o comunicado da instituição.
O Brasil, por exemplo, é grande exportador de commodities agrícolas e minerais. No entanto, o executivo alerta: “O crescimento nesse conjunto de economias deve ficar próximo a zero no ano. Sempre que possível, as autoridades devem buscar estratégias para reforçar o crescimento, como investimentos em infraestrutura, saúde e educação, no contexto de um plano fiscal de médio prazo confiável”.