São Paulo – A cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, vai reforçar seu processo de internacionalização com a participação em um projeto financiado pela União Europeia. Chamado de “Aliança de Autoridades Locais Latino-americanas para a Internacionalização e a Cooperação Descentralizada”, o programa permitirá que sete cidades latino-americanas conversem e troquem experiências para a formulação dos seus planos de internacionalização.
A União Europeia abriu chamada para o projeto e a Cidade do México, capital mexicana, enviou a proposta em acordo com as prefeituras e intendências de Lima, no Peru, Quito, no Equador, Medelim, na Colômbia, Morón, na Argentina, Montevidéu, no Uruguai, e Belo Horizonte, no Brasil. Elas receberão 1,49 milhão de euros para executar a proposta em um período de 30 meses. O valor corresponde a 90% do custo do projeto.
Segundo a assessora de cooperação internacional e captação de recursos da Secretaria Municipal Adjunta de Relações Internacionais de Belo Horizonte, Stephania Aleixo de Paula e Silva, serão realizados workshops em cada uma das cidades para troca de conhecimento. Na Cidade do México, por exemplo, o tema será marco jurídico e institucional, em Morón a temática será inclusão social, na capital mineira a discussão será sustentabilidade. O foco sempre é mostrar como deve ser cada área para a internacionalização do município.
Belo Horizonte não sediará o tema da sustentabilidade por acaso. O prefeito da cidade, Marcio Araujo de Lacerda (PSB), foi o representante mundial dos prefeitos durante a Rio+20, conferência das Nações Unidas para a Sustentabilidade, que ocorreu em junho no Rio de Janeiro, e Belo Horizonte recebeu, neste ano, a reunião da associação mundial Governos Locais para a Sustentabilidade (Iclei), em preparação à Rio+20.
O secretário municipal adjunto de Relações Internacionais, Rodrigo Perpétuo, explica que a sustentabilidade é, de fato, uma das áreas nas quais Belo Horizonte tem mais destaque internacional, principalmente se aplicado o conceito de sustentabilidade amplo, que inclui não só a questão ambiental, mas também erradicação da pobreza. Segundo ele, o município tem várias ações importantes em meio ambiente, como reciclagem de resíduos, com relação avançada com os catadores, e recuperação de nascentes.
Mas ele destaca a execução pela Prefeitura do programa de urbanização de favelas, chamado Vila Viva, na qual cinco regiões com favelas estão sendo trabalhadas. Uma destas regiões, chamada Aglomerado da Serra, local com 60 mil habitantes, por exemplo, estava desconectada da cidade e recebeu uma avenida que modificou essa situação. Também foram levados para lá serviços públicos como centro de saúde, escolas infantis, identificadas área verde e nascentes, que receberam limpeza e proteção, entre outras ações.
Perpétuo afirma que o projeto da União Europeia cria para Belo Horizonte a possibilidade de trocar experiências com cidades que têm ainda mais tradição em políticas internacionais do que ela, como Medelim e Montevidéu. Segundo o secretário, o plano de internacionalização que Belo Horizonte formulará vai “dialogar” com o planejamento estratégico do município, feito para até 2030.
Belo Horizonte já tem uma atuação internacional forte e participa de vários foros externos como a Associação Mundial das Grandes Metrópoles (Metropolis), Organização Mundial de Cidades Unidas e Governos Locais Unidos (CGLU), Associação Internacional das Cidades Educadoras, Centro Iberoamericano de Desenvolvimento Estratégico Urbano, além do Iclei. A internacionalização, em Belo Horizonte, é feita em várias frentes, entre elas a cooperação, o marketing e a atração de investimentos.