São Paulo – O Banco Mundial informou que 137 de 190 economias pesquisadas realizaram algum tipo de reforma para melhorar o ambiente de negócios no ano passado, um número recorde. O dado consta do relatório Doing Business 2017: Igualdade de Oportunidades para Todos, divulgado nesta terça-feira (25) pela instituição.
Ao todo, foram realizadas 283 reformas nestes países, sendo 75% em nações em desenvolvimento, com destaque para a África Subsaariana, com um quarto do total.
A Nova Zelândia ocupa o primeiro lugar no ranking de facilidade para fazer negócios elaborado pelo Bird, seguida de Cingapura, Dinamarca, Hong Kong, Coreia do Sul, Noruega, Reino Unido, Estados Unidos, Suécia Macedônia.
As nações que mais avançaram na melhoria do ambiente de negócios foram Brunei, Cazaquistão, Quênia, Bielorrússia, Indonésia, Sérvia, Geórgia, Paquistão, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.
Segundo o Banco Mundial, são consideradas na pesquisa reformas que facilitam a abertura e as atividades de pequenas e médias empresas. “Regras simples e transparentes são um sinal de respeito de um governo por seus cidadãos. Elas têm um impacto direto na economia, ao estimular o empreendedorismo, a igualdade de gênero e o respeito ao estado de direito”, disse em nota o economista e vice-presidente sênior da instituição, Paul Romer.
O Bird destaca que a América Latina e Caribe “aumentou consideravelmente” o número de reformas, com 32 medidas adotadas em 2015 por dois terços dos países da região.
“No ano passado, as reformas regulatórias na região se focaram nas áreas de abertura de empresas, pagamento de impostos e comércio internacional”, afirmou o diretor do Grupo de Indicadores Globais do Banco Mundial, Augusto Lopez-Claros, segundo comunicado da instituição.
Brasil
O Brasil implementou três reformas no sentido de facilitar os negócios, o maior número entre os latino-americanos. O banco cita como exemplo a adoção de um sistema eletrônico para a importação de bens que reduziu o tempo de tramitação de documentos. Isso, no entanto, não foi suficiente para fazer com que o País subisse no ranking. Pelo contrário, está na 123ª posição, quando no estudo anterior ficou na 121ª, o que indica que, apesar das melhorias, outras nações avançaram mais.
Os países mais bem colocados da região são a Colômbia, no 53º lugar, e o Peru, no 54º. A Argentina está na 116ª colocação. Venezuela (187ª), Haiti (181ª) e Suriname (158ª) são os mais mal avaliados.
Árabes
No caso do Oriente Médio e Norte da África, os países adotaram o maior número de reformas facilitadoras para os negócios desde 2009, com 35 medidas implementadas por 15 de 20 economias pesquisadas.
Os Emirados lideram o ranking na região e estão no 26º lugar na classificação geral. No estudo anterior, o país estava no 34º. O Bahrein aparece na segunda colocação na região e em 63º na lista global. Antes estava na 66ª posição.
“A aceleração das reformas no Oriente Médio e Norte da África é digna de nota, considerando a seriedade dos desafios enfrentados por muitos governos da região”, declarou a gerente do projeto Doing Business, Rita Ramalho.
Outros países árabes que avançaram no ranking são a Argélia, Egito, Iraque, Jordânia e Arábia Saudita. O relatório destaca, porém, que a região tem uma performance ruim no que diz respeito às políticas de gênero, sendo que 70% das economias regionais impõem mais barreiras regulatórias às empreendedoras mulheres do que aos homens.