Isaura Daniel
São Paulo – O Brasil aumentou em 33,3% as suas importações de semente de cominho dos países árabes nos primeiros onze meses deste ano. Os gastos com a compra do produto passaram de US$ 4,6 milhões de janeiro a novembro de 2005 para US$ 6,1 milhões no mesmo período deste ano. O cominho é uma planta utilizada como especiaria na culinária. As sementes de cominho servem de tempero na cozinha oriental e mediterrânea e também são utilizadas como ingrediente de pães, queijos e patês.
Em volume, o Brasil importou 4,1 mil toneladas de semente de cominho no período contra 3,4 mil toneladas nos mesmos meses do ano passado. O crescimento foi de 21%. Quase toda a semente de cominho que o Brasil importa dos árabes vem da Síria. Do volume importado entre janeiro e novembro deste ano, 99,3% era oriundo da Síria. Em receita, os sírios responderam por 99,4%. "A Síria é um dos maiores produtores de cominho do mundo", afirma o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby.
Entre os países árabes, além da Síria, o Brasil comprou semente de cominho também dos Emirados Árabes Unidos nos onze primeiros meses do ano. O volume, porém, não foi muito grande: 25 toneladas, equivalente a US$ 37 mil. Alaby acredita que a venda deve corresponder a reexportação, já que o país não é produtor de cominho. O Brasil importou um total de 4,9 mil toneladas de semente de cominho entre janeiro e novembro, o que significou gastos de US$ 7,4 milhões. Os árabes forneceram 83% do produto que entrou no país.
A Síria foi a maior exportadora de semente de cominho para o Brasil até novembro deste ano, seguida da Índia, que forneceu 370 toneladas, ao valor de US$ 544,3 mil, da Turquia, com 336 toneladas e US$ 521 mil, de Cingapura, com 87,4 toneladas por US$ 146,5 mil, dos Emirados, e do Irã, com 23,6 toneladas por US$ 31,9 mil. O Brasil também aumentou bastante as importações da Índia, mas diminuiu as da Turquia. Alaby acredita que o país tenha substituído compras da Turquia pela Síria, já que o preço de um quilo de cominho da Síria está menor do que o turco.
O secretário-geral da Câmara Árabe afirma que é bom para as relações comerciais do Brasil e da Síria que as importações brasileiras da Síria aumentem. Elas permitem, segundo Alaby, que o Brasil também exporte mais para o país árabe. Grande parte do volume das compras que o país faz dos árabes é de petróleo. Uma dos pleitos dos países da região é que o Brasil aumente as compras também outros tipos de produtos. Além da Síria, outros dois grandes produtores mundiais de semente de cominho são Irã e Turquia.