O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está planejando promover uma missão internacional em novembro para buscar mais fornecedores de fertilizantes para o Brasil.
Países árabes, como Egito e Tunísia, poderão fazer parte do roteiro, segundo disse à ANBA o secretário de Relações Internacionais do ministério, Célio Porto.
A realização da missão foi definida em uma reunião entre representantes do ministério, cooperativas e produtores rurais no final de agosto.
O governo quer ajudar os agricultores em um dos problemas que estão enfrentando atualmente para plantar: o alto custo dos fertilizantes.
De acordo com Porto, enquanto o preço de alguns produtos agrícolas dobrou nos últimos doze meses, o dos fertilizantes aumentou em cerca de cinco vezes.
E como o mercado brasileiro da área é dominado praticamente por três grandes empresas, a idéia é levar até os fornecedores representantes de produtores para fazerem compras diretas.
Está prevista para ocorrer, em menos de um mês, uma nova reunião para que sejam definidos os países a serem visitados na missão.
De acordo com Porto, já existe consenso, porém, de que serão países produtores de fertilizantes que ainda não são grandes fornecedores do Brasil.
Entre eles estão Tunísia, Egito, Jordânia e Israel, principalmente na área de fosfato e potássio, além de Irã e Arábia Saudita, nos nitrogenados.
A Rússia e Bielo-Rússia também fazem parte da lista.
As maiores possibilidades são de a missão passar por Irã, Egito, Tunísia, Rússia e Bielo-Rússia, segundo o secretário Porto.
Será levado em conta também, segundo Porto, a questão logística, os países para os quais o Brasil fornece grãos e de onde os navios voltam vazios, espaço que poderia ser aproveitado com a compra de fertilizantes.
Estão envolvidos no projeto e devem participar da delegação representantes de consórcios, cooperativas, associações e entidades das áreas de soja, adubo, cana-de-açúcar, arrozeiros, cevada, fumo e da agricultura em geral.
Entre elas estão a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Associação dos Produtores de Soja do Estado do Mato Grosso (Aprosoja) e Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O Marrocos não deve ser visitado na missão porque já é um grande fornecedor de fertilizantes ao Brasil.
Outros países árabes também figuram na lista de exportadores do produto para o mercado brasileiro, mas em proporção menor.
Em fosfato natural não moído, o Marrocos foi, em 2006, o maior fornecedor do Brasil, seguido da Argélia.
Em fosfato natural moído, a Argélia foi a primeira e a Tunísia a segunda.
O aumento grande dos preços dos fertilizantes ocorreu principalmente em função de medidas defensivas adotadas por alguns paises, que preocupados com o abastecimento de alimentos, resolveram aumentar sua produtividade com o uso maior do produto.
O Brasil é, segundo Porto, entre os produtores agrícolas mundiais, o mais dependente de fertilizantes – em função da característica das suas terras – e também o mais dependente de fertilizantes importados.
O país importa 70% do total de fertilizantes que consome.
No caso do fosfato, o percentual sobe para 90%.