Alexandre Rocha
São Paulo – Em setembro, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB) vai promover a participação de empresas do Brasil em duas feiras no Oriente Médio. A primeira é a Feira Internacional de Damasco, na Síria, evento multissetorial que chega à sua 52ª edição. Logo em seguida será realizada a 26ª Motexha Autumn, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, voltada para o setor de moda, calçados e acessórios.
"São oportunidades de conhecer o potencial da região", disse o presidente da CCAB, Antonio Sarkis Jr. "São feiras tradicionais e importantes no contexto do Oriente Médio", acrescentou o secretário-geral da entidade, Michel Alaby.
Da Feira de Damasco, que ocorrerá entre os dias 03 e 12, a CCAB vai participar pela oitava vez. "O comércio do Brasil com a Síria tem dado passos largos, principalmente depois que começamos a participar. O evento trouxe resultados positivos para os expositores", declarou Sarkis. Em 2004, as exportações do Brasil para o país árabe renderam US$ 161,4 milhões, ou 142% a mais do que no ano anterior. No total, a Síria importou o equivalente US$ 5,4 bilhões no ano passado.
A agricultura responde por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 22 bilhões do país. Apesar da importância do setor, a Síria depende da importação de máquinas e equipamentos agrícolas e sementes. Na avaliação da CCAB, o país pode representar uma boa oportunidade para o setor brasileiro de máquinas agrícolas, que este ano sofreu em conseqüência da quebra da safra ocorrida em importantes regiões produtoras do Brasil, com a desvalorização de algumas commodities e com a valorização do real frente ao dólar.
Aliás, o setor de bens de capital como um todo é bem vindo na Síria. Além das máquinas agrícolas, o país tem demanda para máquinas e equipamentos para a indústria têxtil, para o setor de alimentos e para a produção de embalagens. Outros setores potenciais são os de alimentos, automóveis, autopeças, equipamentos elétricos, material de construção, matérias-primas para cosméticos, equipamentos médicos e odontológicos, madeiras, entre outros.
Na Feira de Damasco é possível também atingir mercados vizinhos. "Ela recebe também a visita de empresários de países próximos", disse Sarkis. Alaby lembrou que a Síria mantém acordos tarifários com diversos países da região, como Jordânia, Líbano, Kuwait, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Catar, Sudão, Iraque, Marrocos, Omã, Tunísia, Arábia Saudita e atualmente negocia com a Turquia, Egito e Líbia.
"É uma opção muito importante para as empresas brasileiras que pretendem chegar ao Iraque. A feira tradicionalmente recebe muitos iraquianos", disse Alaby. A Síria faz fronteira com o Iraque.
A feira é o maior evento do gênero no país árabe e vai ocupar um espaço de 1,2 milhão de metros quadrados. Estima-se a participação de 4,5 mil expositores, sendo 55% estrangeiros. O estande brasileiro terá 100 metros quadrados. O investimento necessário para a participação é de US$ 500. A passagem aérea e a hospedagem não estão incluídas no valor.
Negócios para estilistas
Logo depois, do dia 12 ao dia 15, as atenções da Câmara Árabe se voltam para a Motexha, em Dubai. O evento pode representar também oportunidades para setores da economia brasileira que sofrem com a valorização do real frente ao dólar, que são as indústrias têxtil e calçadista. "Agora é justamente a hora de investir na promoção comercial", disse Alaby.
Para Sarkis, existem grandes possibilidades também para as roupas desenhadas por estilistas brasileiros. "Os estilistas brasileiros estão fazendo bastante sucesso na região, principalmente nos países do Golfo", declarou. "Os calçados também, está aumentando a participação dos produtos brasileiros naquele mercado", acrescentou.
Só nos Emirados Árabes as vendas de calçados renderam US$ 570 milhões no ano passado, sendo que 50% dos produtos comercializados eram de origem estrangeira. Se considerados os Emirados, a Arábia Saudita e o Kuwait, três dos seis países que compõem o Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), o total importado chegou a US$ 600 milhões no ano passado.
No caso das confecções, as importações dos mesmos três países somaram cerca de US$ 6,5 bilhões no ano passado. No total, os segmentos contemplados na feira movimentam mais de US$ 11 bilhões por ano no Oriente Médio, segundo a organização da feira.
A Motexha é o maior evento do setor na região. A feira do ano passado recebeu 750 expositores de 35 países e 12 mil visitantes. O estande brasileiro terá 90 metros quadrados e o investimento para participar é de US$ 1 mil por empresa, fora as passagens e a estadia.
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