Marina Sarruf
São Paulo – A demanda dos países árabes por sucos, polpas de frutas, néctares e refrescos deve aumentar no próximo ano. Segundo a Euromonitor, uma agência de pesquisas de mercado, é esperado um crescimento de 16,8% no consumo de polpas e sucos e de 51% de néctares e refrescos no mundo árabe. "Os árabes são um dos maiores consumidores de frutas do mundo e o Brasil tem todas as chances para abastecer este mercado. Temos um potencial fantástico", afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Moacyr Saraiva Fernandes.
As exportações brasileiras de frutas para os árabes ainda representam muito pouco na pauta. "Muitas frutas do Brasil que entram nos países árabes são intermediadas por países europeus, principalmente pela Holanda. Queremos contornar essa situação para passar a exportar diretamente", disse Fernandes. Para isso, o Ibraf vai desenvolver uma série de ações no mercado árabe em 2007.
Em fevereiro, o Ibraf vai participar pela primeira vez da Gulf Food, feira de alimentos em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O pavilhão brasileiro vai contar com a exposição de frutas frescas, polpas e sucos. Outra ação, que será realizada em parceria com o Carrefour, é a divulgação das frutas brasileiras nos supermercados da rede nos países do Golfo Arábico.
De acordo com Fernandes, existem diversos motivos para a demanda por frutas nos países árabes: primeiro são países muito quentes; segundo, a religião islâmica não permite o consumo de bebidas alcoólicas, então eles bebem sucos; é um mercado com alta renda per capita, devida à produção de petróleo; e alguns governos, como os da Arábia Saudita e dos Emirados, estão fazendo campanhas contra a obesidade e os sucos são opções saudáveis.
Segundo Fernandes, além de produzir frutas frescas, o Brasil tem uma enorme variedade de sucos. "Produzimos desde o suco de uva, que já tem um grande destaque no exterior, como o suco de cajá e outras frutas típicas brasileiras", disse. As principais frutas e polpas brasileiras que já se encontram nos países árabes são o melão, maçã, manga e polpas de abacaxi, além do tradicional suco de laranja. "O mercado do Golfo Arábico é a chave para a expansão do mercado de frutas brasileira", completou Fernandes.
Aumento das exportações
O setor estima que as exportações brasileiras de frutas deverão ter um aumento de 5%, fechando 2006 com vendas no valor de US$ 480 milhões, contra US$ 440 milhões no ano passado. O volume embarcado deve ficar em 830 mil toneladas, o mesmo do ano passado. As principais frutas exportadas foram uva, limão, abacaxi e abacate.
Além do mercado árabe, o Ibraf também planeja ações em novos mercados do Leste Europeu e Ásia, que são os principais mercados emergentes para indústria brasileira.