São Paulo – Três brasileiros vão competir no Rali Dakar 2020, que começa no domingo (05), na Arábia Saudita. Na categoria UTVs, a dupla Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin busca o bicampeonato do Dakar. A UTVs inclui veículos para dois ocupantes usados em disputas fora de estrada. Já na categoria para motos, quem representa o Brasil é Antonio Lincoln Berrocal.
Esta é a primeira vez que o Rali Dakar vai acontecer em território saudita. A competição se estende por 7.856 quilômetros de percurso. A prova terá 65% de seu percurso em piso de areia – boa parte em regiões de dunas com mais de 200 metros de altura. A prova terá doze etapas, saindo da cidade de Jeddah e indo até Qiddiya.
Vencedores do Dakar em 2018, Varela (dir., na foto ao lado) e Gugelmin (esq.) foram também os campeões do Campeonato Mundial de Rali Cross Country de 2019, no Marrocos, na mesma categoria.
A equipe batizada de Monster Energy/Can-Am já está na Arábia Saudita se preparando para os doze dias de corrida. “Logo de cara teremos um dia marcado pelo perigo das dunas, mas com trechos repletos de rochas, muito sinuosos. Pode-se perder o rali já ali”, apontou Varela sobre o primeiro trecho, que Jeddah a Al Wajh.
Os dois esperam ter bom desempenho no início da prova, para estarem preparados para os desafios da última etapa, que ocorrerá no dia 17 de janeiro. “Acho que o maior adversário neste ponto da prova será o cansaço. Pode apostar que ele vai decidir muita coisa neste Dakar, como já fez em tantos outros ao longo da história”, afirmou Gugelmin sobre a corrida que vai de Haradh a Qiddiya e tem trilhas de areia e cascalho, além de trechos rochosos.
Já na categoria de motos, Antonio Lincoln Berrocal participa pela segunda vez de um Dakar. O atleta estreou em 2019, aos 60 anos, na competição. “Não se trata apenas de se registrar e participar. Você tem que provar que é bom o suficiente. Apenas alguns pilotos de 60 anos conseguem fazer isso. Minha idade realmente me deu bastante notoriedade. Consegui fazer muitos amigos e inspirar pessoas”, conta o piloto em depoimento divulgado pelo site do Dakar 2020.
O brasileiro começou a praticar em 1972 e desde então compete em corridas como o Rali Dos Sertões. Em 2019, Berrocal foi o piloto mais velho a disputar o Dakar, mas não conseguiu completar a prova. Neste ano, ele já não será o piloto mais velho na corrida, o “título” fica com o sul africano Wessel Bosman.