Jeddah – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira assinou nesta segunda-feira (18) um acordo de cooperação com a Câmara de Comércio e Indústria de Jeddah, principal polo econômico da Arábia Saudita. O objetivo é promover os negócios entre empresas brasileiras e sauditas.
Para tanto, o convênio prevê uma série de ações, como troca de informações, organização de missões empresariais, participações em feiras de negócios, realização de conferências e apoio aos associados de uma entidade na busca de oportunidades no país da outra.
O documento foi assinado pelo diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, e pelo secretário-geral da Câmara de Jeddah, Adnan Hussain Mandourah, na sede da instituição saudita. Alaby integra uma delegação empresarial organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em visita à cidade na costa do Mar Vermelho. O coordenador de Imagem e Acesso a Mercados da Apex, Vinícius Estrela, também participou da reunião.
Um dos efeitos desta parceria pode ser a realização futura de rodadas de negócios entre empresários dos dois países via videoconferência. A Câmara de Jeddah tem utilizado essa fórmula com sucesso em negociações internacionais e dispõe de equipamentos avançados para isso. A entidade tem 62 mil associados.
Potencial
O setor de maior atividade atualmente na cidade saudita, segundo os executivos da Câmara de Jeddah, é o de construção. De fato, há obras por todos os lados. São projetos residenciais, comerciais e de infraestrutura. Há uma enorme demanda por habitação, de acordo com o secretário-geral assistente da entidade, Mohi Al-Din Hakami, e este será justamente o tema de um fórum econômico que vai ocorrer no município em março. O principal desafio nesta área é a redução do custo dos imóveis, segundo ele.
“Não queremos só produtos, mas também tecnologia, know-how”, acrescentou Mandourah, o secretário-geral. Ele ressaltou que a Arábia Saudita vai bem sob os pontos de vista político, social e econômico, ao contrário de outros países da região, e que isso é um “bom sinal” para as empresas. Em sua avaliação, companhias brasileiras e sauditas precisam criar mais projetos conjuntos.
Outro segmento forte na cidade é o de alimentos. Além de ter uma população de quase 4 milhões de habitantes, em crescimento, Jeddah recebe muitos trabalhadores expatriados e Mandourah observou que estas pessoas precisam de bens de consumo, especialmente de produtos alimentícios. Fora os nativos e os trabalhadores estrangeiros, a cidade ainda serve de porta de entrada para os milhões de peregrinos muçulmanos que visitam as sagradas Meca e Medina todos os anos. Há séculos o local é um caldeirão cosmopolita, além de ser um importante centro portuário.
A maior parte da missão brasileira que está na Arábia Saudita é composta por empresas do ramo de alimentos. No domingo, Alaby teve uma reunião com os organizadores da Food Arabia, feira do setor que será realizada em maio e terá um estande da Câmara Árabe com espaço para companhias que queiram expor.
Mandourah destacou que o objetivo da Câmara de Comércio e Indústria é facilitar os negócios e afirmou que a entidade está aberta a cooperar com os parceiros brasileiros naquilo que for possível.
Portal
A gerente do Centro de Conhecimento da Câmara, Alaa Faisal Al-Safeh, ainda mostrou o funcionamento do portal lançado pela instituição e que fornece diversas informações econômicas sobre a cidade e o país “para as pessoas que querem fazer negócios em Jeddah”. Disponível em árabe e em inglês, o site Jeddah Economic Gateway pode ser acessado no endereço www.jeg.org.sa. Lá há dados sobre oportunidades de investimentos, comércio exterior, licitações, legislação, estatísticas, cotações, relatórios, informações setoriais, entre outros.