Randa Achmawi
Cairo – No segundo dia da Feira Internacional do Cairo, o estande e os representantes da Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal (Cibal) foram os que mais atraíram a atenção entre os expositores brasileiros. A empresa cuida do abate halal dentro de frigoríficos brasileiros que exportam carne bovina e de aves para o Egito e outros países árabes. Ela trabalha em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). O Egito é o segundo maior mercado da carne brasileira in natura, atrás apenas da Rússia.
"A reação (dos visitantes) é natural, visto que a carne brasileira já conquistou um espaço importante no mercado egípcio, a ponto de fazer com que o público chegue a associar o nome do Brasil com carne", disse Mohsen Rizk, empresário que desejava saber mais sobre como importar carne do Brasil. De acordo com ele, os egípcios, que normalmente desconfiam da carne importada, já estão convencidos de que a brasileira é boa e preparada respeitando os rituais exigidos pela religião islâmica.
Para Tamer Mansur, supervisor-geral da Cibal, muitos esforços devem ser feitos pelos brasileiros preservar o espaço no mercado egípcio conquistado nos últimos anos. "Os indianos começaram a exportar nos últimos dois meses, carne de búfalo, a preços bastante competitivos", disse.
De acordo com Tamer, a qualidade do produto indiano é inferior à da carne brasileira. "É claro que todo mundo conhece a carne brasileira, que é a melhor do mundo, mas estamos aqui para manter nossa amizade com os egípcio, como já temos feito nos últimos anos", afirmou. Ele acrescentou que os brasileiros vão buscar um acordo comercial e sanitário entre o Egito e o Brasil para reduzir os preço da carne brasileira no mercado egípcio e torná-la mais competitiva em relação ao produto indiano.
Segundo Tamer, os representantes da Cibal vão participar de reuniões com uma comissão sanitária do Ministério da Agricultura e do Ministério do Comércio do Egito, com os membros da associação egípcia de importadores de carne e de um jantar com representantes da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da embaixada do Brasil no Cairo.
No estande da Brasfoods e Peppertrade Board, os negócios também avançaram. No primeiro dia do evento as duas companhias já tinham fechado pedidos no valor de US$ 300 mil. "Já temos as coisas preparadas para fechar negócios de mais US$ 400 mil nos próximos dias. Já exportamos para o Egito há quinze anos e daqui nossos produtos são redistribuídos para toda a região. Mas a feira foi sem duvida um ponto de apoio para o nosso trabalho," disse o representante da Brasfoods, José Tarcisio Malacarne.
De acordo com ele, as vendas previstas incluem 150 toneladas de pimenta do reino preta e 15 de pimenta rosa. "Devemos também vender 600 toneladas de café e há uma possibilidade de também fecharmos negócios que incluem a venda de mais 100 toneladas de castanha", declarou.
No espaço da Câmara Árabe, 38 novos contatos foram estabelecidos com empresas interessadas em equipamentos agrícolas, madeira, alimentos manufaturados, carne in natura, açúcar, café e produtos petroquímicos. Cerca de 140 visitantes estiveram no estande do Brasil durante o dia de ontem.