São Paulo – O Catar quer levar a experiência brasileira em ensino olímpico para sua comunidade esportiva. O país árabe, que está começando a formar uma sociedade de atletas, quer se tornar referência em educação olímpica. Para divulgar esse trabalho, o diretor do projeto do Museu Olímpico e de Esportes de Doha, Christian Wacker, está no Brasil participando do Fórum Internacional de Educação Olímpica, que termina hoje (27) em Natal, no Rio Grande do Norte.
Um dos objetivos da construção do Museu Olímpico do Catar, que deve ficar pronto entre 2011 e 2012, é justamente difundir os valores olímpicos e preservar a história e a memória do esporte no país árabe. “Esse museu vai ser um bom exemplo, porque tem um conceito inovador”, afirmou Wacker, que é alemão. Segundo ele, o conteúdo que será exposto no museu ainda está sendo organizado.
Além do museu, o Catar também vem se preparando para sediar uma série de jogos e campeonatos mundiais. O último realizado no país foram os Jogos Asiáticos de 2006, que, segundo Wacker, foram um sucesso. “No futuro o país quer sediar a Asian Cup, Copa de Futebol Asiática, e vai se candidatar para os Jogos Olímpicos de 2020 e para a Copa do Mundo de Futebol de 2022”, disse o diretor.
De acordo com ele, o Catar e o Brasil já trocam experiência em treinamento esportivo. “Muitos treinadores brasileiros, principalmente de futebol, já trabalham no Catar. O Brasil tem muito conhecimento esportivo para exportar”, afirmou Wacker, que acredita que muitos profissionais brasileiros ainda têm chances de trabalhar no país árabe. Além de técnicos de futebol, o Catar vai precisar, em breve, de professores esportivos para universidades. O país árabe vai lançar no próximo semestre o primeiro curso de Educação Física do Catar, na Qatar University.
“O Catar está começando a formar essa comunidade esportiva agora e é exatamente por isso que precisa estabelecer convênios com outros países”, disse Wacker, que aposta no intercâmbio com o Brasil. Segundo ele, o país árabe está aberto e de olho em profissionais do mundo todo, não só da Europa e Estados Unidos.
De acordo com o coordenador do Fórum Internacional de Educação Olímpica, Alberto Reinaldo Reppold, a presença do Wacker no evento é muito importante porque dá uma visão diversificada sobre a questão da educação olímpica aos técnicos e especialistas presentes no fórum. Reppold afirmou ainda que a educação olímpica também se dá por museus e centros de documentação esportiva. “Os centros também são veículos de educação olímpica. Eles preservam a memória da mesma forma”, acrescentou.
Esse é o terceiro fórum esportivo realizado no Brasil. O primeiro foi realizado em São Paulo e teve como foco a participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008; o segundo foi em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para falar sobre o desenvolvimento do esporte olímpico no Brasil.