Brasília – A classe média brasileira chegou a 51,89% do total da população do país em abril de 2008. A parcela que integra a classe C, com rendimento familiar entre R$ 1.064 e R$ 4.591, em média, superou o pico medido em 2004, quando representava 42,49% dos brasileiros.
Os dados foram divulgados ontem (5) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que atribuiu o avanço da classe média, nas seis regiões metropolitanas estudadas, ao aumento do emprego com carteira assinada e ao bom desempenho da economia brasileira frente a crises externas.
"O Brasil fez o dever de casa nos últimos 20 anos e está colhendo esses frutos", disse o economista responsável pela pesquisa, Marcelo Néri. Segundo ele, a ascensão de parte da população também se explica pela geração de renda. “Ou seja, cada um está ganhando seu próprio dinheiro e dependendo menos de transferências sociais”.
Com base nas pesquisas mensais de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dados do próprio Ministério do Trabalho, o estudo da FGV verificou ainda diminuição das desigualdades sociais e da miséria, que caiu 30% nos últimos seis anos.
Em abril deste ano, foram computados como miseráveis no Brasil 25,16% da população. Essa é a menor taxa desde 2002, mas representa 36 milhões de brasileiros que estão na classe E, segundo a pesquisa, e ganham no máximo R$ 768 por família por mês.