Isaura Daniel
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São Paulo – O município fica no interior do Brasil, mas nem por isso ali falta cultura egípcia. Em Ponta Grossa, a 156 quilômetros de Curitiba, capital do Paraná, um pequeno museu trata de abastecer a curiosidade da comunidade local a respeito da terra dos faraós. O Museu de Arqueologia tem em exposição 260 réplicas de objetos do berço do Egito Antigo. São desde pequenos amuletos até peças maiores como a cabeça de rainha Nefertiti ou a reprodução de um sarcófago que está no Museu Britânico. O local abriga também um objeto original, uma máscara de múmia do século 2 a.C.
De acordo com o egiptólogo Moacir Elias Santos, proprietário do museu, a máscara foi adquirida na França e doada ao local. As informações que existem sobre o objeto são de que se trata de uma máscara masculina confeccionada em papiro, gesso e linho. As réplicas que fazem parte do acervo foram feitas pelo artista Eduardo Vilela e também pelo próprio Santos. O museu, na verdade, tem em um acervo de mais de 600 objetos, mas apenas parte deles está em exposição. O local tem duas salas com um total de 60 metros quadrados.
Tudo começou com a curiosidade do proprietário do museu a respeito do Egito. Com cerca de nove anos, Santos viu postais do busto de bronze da Nefertiti que seu tio, que havia participado como praça das Nações Unidas da Guerra dos Seis Dias, trouxe ao Brasil. Foi aí que o egiptólogo começou a ler e pesquisar sobre o tema. Na adolescência, Santos já estava reproduzindo objetos do Egito Antigo e entre 14 e 15 anos estava fazendo exposições itinerantes com as suas peças. As primeiras eram feitas em argila, mas depois ele passou a usar também materiais como gesso, cerâmica, madeira, resinas de poliéster e fibra de vidro.
Santos chegou a levar sua exposição para outras cidades, além de Ponta Grossa, e o estado de Santa Catarina. Depois de concluir o ensino médio, o egiptólogo estudou Arqueologia na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, e fez mestrado na mesma área na Universidade Federal Fluminense. Foi nesta época, em 2001, que ele resolveu criar em sua cidade de origem, Ponta Grossa, um museu para que a comunidade local pudesse ter contato com o Egito Antigo. “Do interior fica difícil ir para os grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo para conhecer os museus”, afirma Moacir Elias Santos.
O museu, que no começo era chamado de Galeria de Egiptologia, fica em um bairro de Ponta Grossa chamado Oficinas. As visitas são feitas com hora marcada. De acordo com Santos, o grande público do espaço é o estudantil do ensino fundamental e médio. Nos meses de maio e junho, quando os escolares normalmente estão estudando o Egito Antigo, o museu chega a receber turmas nos três turnos. É cobrada uma entrada de R$ 2 para estudantes e de R$ 3 para turistas e visitantes em geral.
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