Alexandre Rocha
São Paulo – Chefes de estado dos países da América do Sul e da África vão se encontrar nos dia 29 e 30 deste mês, em Abuja, capital da Nigéria, para a primeira reunião de cúpula dos dois continentes. A conferência vai seguir o mesmo modelo da Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa), realizada em maio do ano passado em Brasília.
De acordo com o Itamaraty, o objetivo é estabelecer um diálogo de alto nível entre as duas regiões, ressaltar as potencialidades de cada uma e assim mandar uma mensagem política para o resto do mundo.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, todos os países dos dois blocos vão mandar representantes, sendo que estão confirmadas as participações de seis dos 12 chefes de estado da América do Sul, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, do Chile, Michele Bachelet, da Bolívia, Evo Morales, do Equador, Alfredo Palacio, da Guiana, Bharrat Jagdeo, e do Suriname, Runaldo Venetiaan.
Do lado africano deverão estar presentes 40 chefes de estado e de governo entre as 53 nações que compõem a União Africana. Entre os membros estão os países árabes Argélia, Egito, Líbia, Tunísia, Mauritânia, Sudão, Djibuti, Ilhas Comores e Somália. Somente o Marrocos não faz parte da organização.
Na busca do fortalecimento do diálogo sul-sul, os chefes de estado e diplomatas deverão discutir temas como cooperação para o desenvolvimento econômico, infra-estrutura, transportes, meio ambiente, gestão de recursos hídricos, biocombustíveis, intercâmbio cultural e na área de educação, além de temas relativos à Organização Mundial do Comércio (OMC) e à Organização das Nações Unidas (ONU). A idéia é procurar uma maior articulação para atuação nestes órgãos.
Como ocorreu no caso da Aspa, segundo o Itamaraty, após a identificação das áreas onde existem possibilidades de cooperação entre os dois blocos, serão realizadas posteriormente reuniões temáticas com o objetivo de definir ações concretas. Nos dias que antecedem ao encontro de cúpula vão ocorrer reuniões de altos funcionários e dos ministros de Relações Exteriores dos países envolvidos.