Marina Sarruf
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São Paulo – As exportações de cavalos de corrida brasileiros, da raça puro-sangue inglês (PSI), têm aumentado cada vez mais para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Em 2004 foram embarcados três cavalos para o emirado, no ano seguinte oito e no ano passado foram 30. "Existe um potencial muito grande não só em Dubai, mas para o Oriente Médio", afirmou o superintendente da Associação Brasileira de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida (ABCPCC), José Salles.
De acordo com ele, as exportações brasileiras de cavalos PSI vêm crescendo em geral, mas com bastante visibilidade em Dubai. "No ano passado, foram vendidos para Dubai dois dos cavalos mais caros que já exportamos", disse Salles. Os animais, chamados "Eu Também" e "Dono da Raia", foram vendidos por US$ 1,8 milhão cada.
Conforme a ANBA já noticiou, o Dono da Raia foi o Cavalo do Ano do Brasil em 2006. Foi vencedor em 2006 das duas principais provas do país: o Grande Prêmio São Paulo e o Grande Prêmio Brasil, no Rio de Janeiro. O animal foi comprado pelos Estábulos Godolphin, que pertencem ao governante de Dubai, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, que também é vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados. Já o cavalo Eu Também, saiu do Brasil para participar do Grande Prêmio Derby Argentino, venceu e de lá foi vendido para Dubai.
Segundo Salles, muitos cavalos brasileiros são convidados para participar de provas nos Emirados. "Quando acabam as temporadas, alguns voltam para o Brasil e outros são comprados pelos próprios árabes ou por compradores de outros países", disse. Os convites do governo de Dubai começaram a surgir com mais freqüência do ano 2000 em diante, quando os cavalos brasileiros começaram a ter maior destaque nas provas no exterior, principalmente nos Estados Unidos.
"A melhora substancial da qualidade dos nossos produtos, aliada à maior visibilidade dos cavalos brasileiros nos turfes norte-americanos, que são uma referência mundial, fez com que o mundo começasse a conhecer melhor o cavalo brasileiro", disse Salles. Segundo ele, nas últimas duas décadas os criadores brasileiros vêm investindo muito na melhoria genética. "Além disso, o Brasil também tem desenvolvido tecnologia de ponta nas criações de puro-sangue inglês", completou.
Para o melhoramento genético, os criadores começaram a importar, com mais freqüência, éguas e garanhões dos Estados Unidos e da Argentina, que são os maiores criadores de PSI. Em relação à técnica de produção, o Brasil melhorou desde o manejo e a pastagem até a reprodução. De 2002 para 2006, o número de cavalos de corridas exportados saltou de 99 para 314, segundo dados da ABCPCC.
Os principais importadores brasileiros de cavalos PSI são países do Mercosul, Estados Unidos, África do Sul e Emirados Árabes. No ano passado, a exportação para a Dubai superou a para os Estados Unidos, que normalmente é o segundo maior comprador.
Produção
Atualmente, nascem cerca de três mil potros PSI por ano no Brasil, que se comparado com os grandes países produtores, como Argentina (20 mil) e Estados Unidos (100 mil), é pouco. "Hoje não temos grandes quantidades, mas o que temos é de muita qualidade", disse Salles, que acrescentou que a produção brasileira na década de 80 já foi de cinco mil. O país conta hoje com 300 reprodutores e 4,2 mil éguas PSI.
Corridas em Dubai
O esporte no emirado é um dos mais tradicionais. Em Dubai é realizada a Dubai World Cup, corrida que movimenta maior volume financeiro do mundo e que ocorre todo ano desde 1996. O prêmio vale US$ 6 milhões.
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