Alexandre Rocha
São Paulo – A Atech Tecnologias Críticas, empresa brasileira que desenvolve sistemas e softwares principalmente para o setor aeronáutico, fechou no início do mês um contrato de US$ 1 milhão com o governo da Venezuela para fazer a integração de uma rede de sensores e radares meteorológicos no país vizinho.
"A exportação de serviços e tecnologia é muito importante para nós e para o Brasil, pois leva para o exterior o conhecimento desenvolvido no país e, ao mesmo tempo, clientes estrangeiros reconhecem a capacidade brasileira de fornecer produtos de alto valor agregado", disse ontem (13) à ANBA o diretor de marketing da companhia, Zareh Balekjian. Além do know-how e da mão-de-obra de seus técnicos, a empresa vai fornecer os softwares necessários para a integração.
O contrato terá duração de um ano e a Atech vai aplicar tecnologia 100% brasileira para fazer a interface dos sensores e radares com um centro de operação em Caracas, capital da Venezuela, dentro de um programa batizado de "Venehmet", que tem como objetivo fazer o monitoramento meteorológico e hidrológico do país vizinho.
Além de melhorar a previsão do tempo, o governo venezuelano quer que o sistema ajude na gestão dos recursos hídricos do país, monitorando a vazão dos rios, o comportamento dos lagos, etc., e na prevenção de desastres naturais. A rede vai possibilitar às autoridades locais elaborar estratégias para situações de emergência, como enchentes ou secas.
"No caso de um excesso no volume das águas, por exemplo, o governo poderá acionar a defesa civil para prevenir acidentes", disse o executivo. Em 1999 uma série de inundações deixou milhares de mortos e desabrigados na Venezuela.
Mas o projeto vai atender também a outros setores que necessitam da previsão do tempo e de uma boa gestão de recursos hídricos, como a agricultura, a aviação e o hidrelétrico.
Este não é o primeiro contrato da Atech no exterior. A companhia já forneceu, por exemplo, um sistema de gerenciamento de aeronaves para a mexicana Allegro Air, que opera vôos entre o México e os Estados Unidos. Mas, de acordo com Balekjian, o negócio com a Venezuela é o mais importante até agora, pelo valor e pelo prazo de duração.
O executivo espera que isso ajude a difundir o trabalho da empresa no exterior. "Toda vez que você exporta algo novo, sua imagem também melhora. Certamente esse trabalho deve trazer resultados favoráveis para nós", disse. Ele acrescentou que a Atech negocia atualmente com outros clientes internacionais, mas não quis adiantar detalhes.
Sivam
A Atech, sediada em São Paulo, foi a empresa que fez a integração de toda a rede do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), implementado em 2002 pelo governo brasileiro para coletar e processar dados da chamada "Amazônia Legal", uma área de 5,2 milhões de quilômetros quadrados que compreende toda a região norte do país, o estado do Mato Grosso e parte do Maranhão.
O Sivam coleta e processa informações de satélites, aviões de vigilância, radares, sensores terrestres, etc., que são utilizadas na defesa do território nacional, no combate à criminalidade, em pesquisas ambientais e meteorológicas.
Além disso, 80% do tráfego aéreo no Brasil é monitorado por sistemas desenvolvidos pela empresa, que no ano passado faturou R$ 60 milhões no mercado interno e outros US$ 10 milhões provenientes da Amazon Tech, subsidiária instalada nos Estados Unidos.
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