Mais do que o desenvolvimento da agricultura e da indústria sucroalcooleira, a cadeia produtiva do etanol é rica em inovações também em outros segmentos. Várias amostras de avanços tecnológicos podem ser vistas na 1ª Exposição Internacional de Biocombustíveis, que ocorre paralelamente à Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, em São Paulo.
Organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), a feira reúne montadoras de automóveis, fabricantes de equipamentos para a indústria, agências de fomento, entidades setoriais, empresas de autopeças, bancos, companhias de máquinas agrícolas, indústrias químicas e petroquímicas, entre outras.
Uma das novidades expostas na mostra é a primeira moto com motor bicombustível projetada pela brasileira AME Amazonas, empresa que até o final dos anos 80 produzia uma motocicleta de grande porte equipada com motor Volkswagen. Como nos carros flex, a moto pode usar gasolina, ou álcool ou qualquer mistura dos dois.
Segundo um representante da empresa consultado pela ANBA, o motor foi projetado aqui, mas é fabricado na China, e a moto, quando começar a ser produzida em escala comercial, será montada em Manaus, no Amazonas. Ela tem porte médio, 300 cilindradas e deverá custar R$ 16 mil.
Também estavam expostos carros flex fuel fabricados por diferentes montadoras, um ônibus movido a etanol e o Ipanema, avião da Embraer utilizado para aplicação de defensivos em lavouras, que também funciona com álcool.
No centro da mostra está exposto um carro da Fórmula Indy. Na temporada 2009 o etanol brasileiro vai ser o combustível oficial da categoria. “Novas tecnologias e produtividade são adotadas em toda a cadeia”, destacou a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, que representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura do evento. “A Fórmula Indy mostra o uso competitivo do etanol”, acrescentou.
Nesta segunda-feira (17), na inauguração da feira, foi comemorada a marca de 7 milhões de carros bicombustível produzidos no Brasil. Hoje 90% dos automóveis produzidos no Brasil têm motor flex e este ano o consumo de álcool no país ultrapassou o da gasolina.
Entre as empresas expositoras estão também a Dedini, que fabrica usinas inteiras e vem desenvolvendo máquinas que usam cada vez menos água na produção de álcool. Segundo Dilma, a empresa já tem tecnologia para montar usinas que até produzem água no final do processo.
Outra companhia que está na ponta do setor é petroquímica Braskem, que recentemente lançou um plástico feito a partir do etanol. Segundo o presidente da Unica, Marcos Jank, nos próximos três anos 3 bilhões de litros de álcool serão destinados à produção de plásticos.