São Paulo – As exportações brasileiras de carne bovina in natura tiveram um aumento de receita de 26% no primeiro bimestre de 2010 em comparação com o mesmo período do ano passado, alcançando US$ 665,531 milhões em negócios. Em volume, o Brasil exportou 288.749 toneladas de carne, uma expansão de 8% em relação aos dois primeiros meses de 2009. O preço médio da tonelada de carne foi de US$ 3.527.
Os dados foram apresentados nesta terça-feira, 9 de março, na sede da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), por Otávio Cançado, diretor-executivo da entidade.
O Irã foi o país que apresentou o maior aumento de receita (216% – US$ 93,094 milhões), e de quantidade (195% – 35.323 toneladas) nas compras de carne in natura do Brasil em relação a 2009.
Mesmo assim, a Rússia permanece como a maior importadora de carne do país, com a compra de 61.801 toneladas do produto e uma receita de US$ 126,447 milhões.
O Egito, maior comprador árabe da carne brasileira in natura, foi responsável por 5% das vendas do produto no período, com uma elevação de 22% no volume importado e de 72% na receita gerada. Entre janeiro e fevereiro deste ano, o país do norte da África comprou 11.636 toneladas de carne, gerando US$ 24,272 milhões. “O Egito sempre foi um parceiro comercial importante para a carne bovina brasileira. Ele teve uma queda em função da entrada do Irã, mas permanece como um dos principais parceiros comerciais na área”, afirmou Cançado.
A Argélia, que ocupa o segundo lugar entre os compradores árabes, ficando com 4% das vendas brasileiras, apresentou queda de 12% no volume das exportações (o país comprou 10.927 toneladas de carne). No entanto, a receita gerada teve aumento de 3% (alcançou US$ 22,252 milhões). “Você diminui o volume, mas tem um aumento nos preços. Assim, o crescimento médio da tonelada exportada para a Argélia foi de 17%, o que é muito positivo, porque a receita continua aumentando”, analisou Cançado.
A Arábia Saudita ficou com 3% da carne brasileira exportada nos dois primeiros meses do ano, tendo comprado 6.969 toneladas de carne, uma alta de 28% em relação a 2009, gerando US$ 16,551 milhões em receita, um crescimento de 53% na comparação com o ano passado.
Já as vendas de carne industrializada apresentaram uma queda total de 10% no volume e de 13% na receita. Segundo Cançado, isto seria um reflexo da recuperação da crise financeira mundial. “A crise aumentou a venda de carne industrializada em 2009. Com a retomada do crédito, aumenta a compra da carne in natura, de maior qualidade”, explicou.