Geovana Pagel
São Paulo – A Ouro Fino, hoje a maior indústria brasileira de produtos veterinários, com sede em Ribeirão Preto (SP), quer triplicar as vendas para os países árabes em 2005. Atualmente Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Argélia, Sudão e Mauritânia, onde há quatro anos a empresa mantém um representante local, importam US$ 1,3 milhão ao ano em medicamentos produzidos pela empresa. O principal mercado árabe é o Sudão, que deve importar US$ 400 mil até o final de 2004.
Com um faturamento que deve alcançar R$ 90 milhões em 2004, a companhia possui uma filial no México e exporta seus 120 produtos para 24 países da América do Sul, da África e do Oriente Médio. Até o final do ano, a receita de exportações deve chegar a US$ 4,5 milhões.
O gerente de comércio exterior da Ouro Fino, José Adolfo Trevelin, afirmou que os países árabes são considerados um mercado estratégico para incentivar o crescimento das vendas externas da empresa. "São países de extrema importância porque representam uma grande oportunidade de novos e promissores negócios", disse Trevelin.
Segundo ele, estes países costumam importar produtos veterinários da Europa, mas o Brasil tem grandes chances de encontrar uma oportunidade por ser competitivo no preço e na qualidade dos medicamentos.
"Nossa meta é ampliar os mercados árabes existentes e também prospectar novos países da região interessados em adquirir nossos produtos", completou Norival Bonamichi, empresário fundador da Ouro Fino.
Bonamichi, afirmou que as primeiras vendas da empresa para o mercado externo ocorreram em 1998 e foram resultado de muito trabalho, investimentos e paciência. "Como cada país possui uma legislação específica sobre os produtos, para habilitar a comercialização é preciso registrar cada um dos produtos nos órgãos competentes e disponibilizar a parte de prescrição na língua de cada país", explicou.
No caso dos árabes não foi diferente. A empresa criou embalagem específica em árabe para os países localizados no Oriente Médio e em francês para os que ficam no Norte da África.
Mas antes de fechar o contrato de venda, destacou Bonamichi, ainda é preciso submeter os produtos a testes de eficiência aplicando os produtos em animais, em cada país. "Só depois de analisada e comprovada a eficiência do medicamento, a compra é autorizada pelo importador. E pensar que fizemos isso em cada um dois 24 países para onde enviamos nossos produtos", completou.
Diversidade
Fundada em Ribeirão Preto em 1987, a Ouro Fino industrializa produtos veterinários para bovinos, aves, suínos, eqüinos, ovinos, caprinos, camelídeos e para o mercado pet (cães e gatos de estimação).
Atualmente trabalha com cinco divisões: saúde animal, que atua na área de produtos farmacêuticos para animais de grande porte; animal health, voltada para exportação; bem estar animal, dirigida ao mercado de bichos de estimação; agroscience, especializada em produção de sementes forrageiras para pastagens; e cuidados domésticos, que desenvolve produtos para controle de insetos e pragas domésticas.
Investimentos
Com uma área de 10 mil metros quadrados, a fábrica emprega 350 pessoas, mais o setor comercial que trabalha com 20 representantes. Até junho de 2005, a empresa deve concluir a construção de uma nova sede, onde estão sendo investidos R$ 40 milhões.
A unidade será uma das mais modernas fábricas da América Latina, com 125 mil metros quadrados, dos quais 25 mil metros quadrados de área construída, equipada para produzir produtos injetáveis, orais, aerossóis, cremes e comprimidos para animais. "Só com um turno de trabalho duplicaremos a nossa capacidade produtiva, hoje em torno de 2 milhões de unidades ao mês, e poderemos atender a dois mercados importantes: o norte-americano e o europeu", explicou.
A indústria se prepara também para iniciar a produção de medicamentos veterinários para terceiros, um negócio que, ao lado das unidades de genética animal e de defensivos agrícolas, deverá contribuir para o crescimento do grupo em 2005 e gerar 300 novos empregos diretos.
O grupo também está desenvolvendo um projeto de criação de uma trading para a exportação de commodities agrícolas. "Queremos aproveitar a nossa experiência como exportadores para fornecer outros produtos brasileiros para o mercado externo. Acredito que no começo de 2005 a trading já estará funcionado", adiantou.
Empreendedor do ano
Por sua trajetória de sucesso, no mês de outubro o empresário Norival Bonamichi conquistou o prêmio Empreendedor do Ano de 2004 no Brasil, oferecido pela Ernst & Young, uma das quatro maiores firmas internacionais de auditoria e assessoria tributária. Bonamichi foi escolhido entre 150 concorrentes, por um júri formado por donos de empresa, executivos e consultores.
Agora ele disputará o título de Empreendedor Mundial do Ano com os vencedores de 34 outros países, em cerimônia que deverá acontecer em maio de 2005, em Mônaco.
Contatos
E-mail: comex@ourofino.com
Telefone: 55 16.603.2121
Site: www.ourofino.com.br