São Paulo – O estado de Goiás está empenhado em atrair investimentos árabes para projetos de infraestrutura. Foi o secretário de Assuntos Internacionais do estado, Elie Chidiac, que organizou a vinda ao Brasil, em abril, de representantes da empresa estatal National Marine Dredging, de Abu Dhabi, especializada em dragagem de portos. Entre outros compromissos, os executivos tiveram reuniões na Secretaria Especial de Portos da Presidência da República e com o governo de Santa Catarina, conforme a ANBA noticiou na coluna Fronteira Sul.
“Goiás, junto com o Governo Federal e Santa Catarina, tem interesse em melhorar a infraestrutura portuária para o escoamento de seus produtos”, disse o secretário. “O estado não é diferente do restante do Brasil e necessita de investimentos estrangeiros para a melhoria de sua infraestrutura”, acrescentou.
Localizado na região Centro-Oeste do País, Goiás não tem saída para o mar, então precisa utilizar portos de outros estados para exportar e importar mercadorias. Este foi o motivo da reunião com o governo catarinense, pois há um projeto de ampliação do Porto de São Francisco do Sul. Os executivos da empresa árabe fizeram até um sobrevôo no local. Segundo Chidiac, o empreendimento está avaliado em US$ 300 milhões.
Vale lembrar que Goiás é grande produtor e exportador de produtos agropecuários, especialmente de soja, carne bovina e frango. O estado é forte também na produção de medicamentos, minérios e pedras preciosas.
Na outra mão, os goianos precisam importar produtos como equipamentos para suas lavouras e autopeças para a indústria automobilística. O estado tem uma fábrica da coreana Hyundai, outra da japonesa Mitsubishi e no futuro vai abrigar uma planta da também japonesa Suzuki.
O secretário destacou que deve ir em breve a Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, para continuar as conversas e fazer contatos com outras instituições. Ele ressaltou que, além dos recursos, o país tem forte know-how na área de construção e administração de portos. A Dubai Ports World, por exemplo, é hoje uma das principais operadoras portuárias do mundo.
“Os árabes estão entrando no Brasil ainda com poucos projetos, mas são os países que têm a maior liquidez do mundo por causa do preço do petróleo”, declarou Chidiac, que nasceu no Líbano. “O Brasil tem que dar um passo adiante e encorajá-los a fazer investimentos aqui diretamente”, acrescentou ele, ressaltando que muito capital árabe hoje entra no País por meio de companhias européias.
Para levar e trazer os produtos do porto é necessário também melhorar a logística terrestre, especialmente no que diz respeito às rodovias, ferrovias e armazéns. Chidiac disse que não são só os árabes que o governo estadual busca atrair, e lembrou que os chineses estão bastante interessados em investir na produção agrícola e na infraestutura.