Marina Sarruf
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São Paulo – O governo da Síria quer promover o artesanato árabe em São Paulo. Representantes do Estabelecimento Público para Feiras e Exibições Internacionais da Síria (da sigla em inglês, PEIFE), estão participando pela primeira vez da Feira Mundial de Artesanato (Art Mundi 2007), que segue até dia 16 no Parque Anhembi, em São Paulo. "Estamos aqui para sentir a demanda brasileira para trazer mais expositores no próximo ano", afirmou a chefe do departamento de exibições internacionais do PEIFE, Hala Khseirouf.
Este ano, o estande da Síria no evento conta com a participação de apenas um expositor, mas para a próxima edição, Hala acredita que poderão vir pelo menos cinco expositores. "A feira está sendo uma experiência para nós. Os brasileiros gostam muito dos mosaicos e dos têxteis fabricados na Síria", disse. Segundo Hala, já existem muitas empresas que expõem produtos sírios nas feiras de artesanato, mas faltam expositores da Síria. "Queremos promover as vendas diretas", acrescentou.
"Escolhemos participar de uma feira no Brasil porque sabemos que existe uma grande comunidade árabe aqui, principalmente descendentes de sírios e libaneses", disse. A PEIFE é responsável pela promoção e organização de todas as feiras na Síria. A organização também promove a participação de empresas sírias em mais de 25 feiras no exterior. "Nosso objetivo é promover os produtos sírios no exterior, não só o artesanato, mas em todos os setores", disse Hala.
Entre os países que a organização já participa de feiras estão Espanha, Itália, França, Coréia do Norte e do Sul, Luxemburgo, Alemanha, Grécia, Cuba e nos países árabes. "Também temos interesse em participar de outras feiras no Brasil de diferentes setores. Ouvimos falar da Fispal (Feira Internacional de Produtos e Serviços para Alimentação Fora do Lar – Fispal Food Services), vamos buscar mais informações e quem sabe participamos no próximo ano", disse Hala.
De acordo com ela, o PEIFE é que paga as despesas com as participações dos empresários em feiras no exterior. "Oferecemos todo um suporte", disse Hala. Além do setor de artesanato, os sírios já participam de feiras de alimentos, roupas, óptica, produtos para crianças e indústria. "Vamos continuar o contato com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que já nos ajudou muito, para saber mais informações sobre o mercado brasileiro", acrescentou.
Preços variados
A empresa da Síria que está expondo na Art Mundi oferece produtos de todos os preços, desde porta-jóias de madeira marchetada por R$ 10, capas de almofadas por R$ 20 até uma mesa de jogo, também produzida em madeira marchetada, que custa R$ 1.690. A empresa, Artesanato Árabe, já distribui para o mercado brasileiro há quase 10 anos. Muitos móveis e objetos de decoração das embaixadas, consulados e clubes árabes no Brasil foram trazidos pela empresa. "O povo árabe adora o povo brasileiro e vice-versa, por isso vendemos muito aqui", disse o proprietário Mohamed Radwan Nezam.
As mercadorias são importadas da Síria, Dubai, Marrocos e Egito e exportadas para Argélia, Gana, África do Sul, Grécia e Tanzânia. Nezam costuma participar de diversas feiras no Brasil, principalmente em Vitória, no Espírito Santo; Goiânia, em Goiás e Salvador, na Bahia.
Outra empresa árabe na feira é a Pirâmide, do Egito. Segundo o proprietário, Hassan Mohamed, essa é a segunda participação em São Paulo, mas ele também já participa de diversas outras feiras de artesanato no Brasil. "Os brasileiros gostam de tudo do Egito", disse. O estande, que estava cheio de mulheres, traz porta-almofadas, toalhas de mesa, narguilés, papiros e até pufes de couro de camelo.
Outros produtos árabes que também estavam chamando a atenção dos brasileiros eram as essências naturais de perfumes feitas à base de plantas, flores e ervas da Tunísia. A empresa, Aicha Import-Export, já atua no mercado brasileiro há quatro anos. Já no estande do Iêmen, as brasileiras podem encontrar brincos, colares e pulseiras à moda árabe, peças bem largas e pesadas.
Cerâmica da Palestina
Cerca de 90% da produção da empresa palestina Al-Salam é exportada, inclusive para o Brasil. Fabricante de peças em vidros e cerâmicas, a companhia conta com duas lojas na Palestina e outras na Jordânia, França e Itália. "A cerâmica é o que mais está sendo vendida na feira", disse o gerente de marketing Ramzi Al-Natsheh.
Entre os produtos fabricados pela Al-Salam estão pratos, tigelas, copos, vasos, molduras, xícaras e masbaha, o terço dos muçulmanos. A empresa, que emprega 50 funcionários, produz 10 mil peças por mês. Fundada em 1970, pelo pai de Ramzi, a empresa também exporta para Europa e Estados Unidos.
Serviço
Art Mundi 2007 – Feira Mundial de Artesanato
Data: 7 a 16 de setembro
Horário: das 13h às 21h – para o público em geral
Local: Pavilhão Oeste do Anhembi
Endereço: Av. Olavo Fontoura, 1.209, Santana – São Paulo
Ingresso: R$ 12 acima de 12 anos e R$ 6 acima de 60 anos. Crianças até 11 anos não pagam