São Paulo – O Oriente Médio possui grande potencial de crescimento para as exportações de softwares e serviços de tecnologia do Brasil, segundo avaliação do presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Antônio Gil.
“O nosso nível de exportações para o Oriente Médio ainda é muito pequeno, de 1%”, aponta. “Este comércio tem toda a chance de crescer. Nossas exportações [totais] aumentarão oito vezes em dez anos, então, as chances de crescimento são muito grandes”, destaca.
Como uma das ações para atrair compradores da região, entre os dias 08 e 10 de junho a entidade e algumas de suas associadas participarão do Forrester IT Fórum EMEA 2011, evento na cidade de Barcelona, na Espanha, que deverá atrair importadores da Europa, África e Oriente Médio.
De acordo com o presidente da Brasscom, a indústria de tecnologia da informação (TI) brasileira faturou, em 2010, US$ 81 bilhões. “Isto faz com que o Brasil tenha o sexto ou sétimo maior mercado interno do mundo em relação à indústria de TI”, diz.
No entanto, ele afirmou que a participação das exportações neste montante ainda é muito baixa, de apenas US$ 2,5 bilhões. Nesse cenário, ele apontou que, até 2020, o Brasil pretende que seu mercado de TI chegue a gerar US$ 150 bilhões, dos quais US$ 20 bilhões devem vir das vendas externas.
Gil conta que os principais produtos vendidos pelo Brasil aos países árabes são softwares de serviços financeiros, além da manutenção remota de datacenters e também de softwares. “O Brasil é muito bom no uso de TI. Os bancos brasileiros são os mais informatizados do mundo, mais que os bancos europeus e os americanos”, destaca o presidente da Brasscom, ressaltando que os programas de serviços financeiros devem continuar em destaque nas exportações aos árabes. “Aquela região (Oriente Médio) está se tornando o centro global de finanças do mundo”, afirma.
O executivo indica ainda a indústria do petróleo como outro setor de grande interesse e possibilidades para as vendas de tecnologia do Brasil aos países do Oriente Médio. “A área de exploração de petróleo está em uma expansão muito grande. Com o pré-sal, o Brasil se tornará um dos maiores exploradores de petróleo do mundo.”
Ele aponta outros fatores que devem favorecer as exportações de software do Brasil para o mundo árabe. “É uma região extremamente importante do ponto de vista da riqueza mundial. Não existe protecionismo comercial, além de ser uma área altamente importadora”, afirma.
Atualmente, o maior mercado externo de tecnologia brasileira são os Estados Unidos, que respondem por 67% das vendas externas. Segundo Gil, um dos principais entraves ao crescimento da área de tecnologia no Brasil é o alto custo da mão-de-obra. “Estamos trabalhando em um programa para a desoneração da folha de pagamento”, conta.
Software de aviação
Também na área de TI, entre os dias 31 de maio e 02 de junho, três empresas brasileiras que produzem softwares de aviação, e fazem parte do programa de internacionalização competitiva gerenciado pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), participam da feira Airport Show, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
É a primeira vez que as empresas participantes do programa, que é promovido em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), participam do evento no país árabe. As empresas Atech, Saipher ATC e MC-1, irão expor seus produtos no estande Brasil IT+, marca que identifica a indústria brasileira de tecnologia no exterior. “Participamos do evento porque percebemos que há uma movimentação importante do mercado de aviação naquela região”, destaca Djalma Petit, diretor de mercado da Softex.
No estande, estarão expostos sistemas integrados de soluções para vendas, check-in, carga, manutenção e operações; tecnologia para defesa e controle aéreo; soluções para central de reservas, e-tickets, programas de fidelidade, planejamento de voos, gestão de equipes e de aeronaves; segurança no trabalho, treinamento, e-learning, entre outros.
“É um mercado difícil de atuar, mas nós temos nosso diferencial competitivo”, afirma. Segundo o diretor da Softex, o surgimento de empresas de baixo custo e a modernização de aeroportos são fatores que têm dinamizado o mercado de aviação brasileiro.
Os Estados Unidos e os países da América Latina são os principais compradores dos softwares de aviação brasileiros. Em relação ao mercado árabe, Petit vê o emirado de Dubai como o lugar de maior potencial para as vendas na região. “Estamos sempre monitorando as oportunidades na área de software no Oriente Médio”, completa.