São Paulo – A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, visitou Riad, na Arábia Saudita, onde se reuniu com o rei Salman Al Saud e participou de um encontro dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC).
“As reformas que os países do GCC vêm implementando nos últimos anos em resposta ao declínio dos preços do petróleo são impressionantes”, disse Lagarde, segundo nota divulgada pelo FMI nesta quarta-feira (26), ao final da visita. O bloco é formado por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã.
Ela destacou, porém, que estes países precisam seguir adotando medidas de ajuste fiscal no médio prazo. “Onde possível, os países devem introduzir gradualmente medidas de redução de déficits, ao mesmo tempo em que fortalecem sua estrutura e transparência fiscal para auxiliar o ajuste”, declarou. “Políticas de apoio ao crescimento e ao emprego também precisam continuar”, acrescentou.
No caso específico da Arábia Saudita, Lagarde ressaltou que país deu início a uma grande mudança de política econômica para fazer frente à queda do preço do petróleo. As estratégias chamadas de "Visão 2030" e de "Programa de Transformação Nacional" preveem reformas “ambiciosas” para reduzir a dependência do país na commodity.
Ela disse também que os sauditas começaram a adotar um ajuste fiscal, com redução de despesas e aumento de receitas. “Estes esforços devem continuar no médio prazo, inclusive com mais aumentos nos preços da energia, que ainda estão baixos pelo padrão internacional, e mais medidas para aumento de receitas, incluindo a planejada introdução de um Imposto de Valor Agregado (IVA) e outros tributos na esfera do GCC”, ressaltou.
Os recursos orçamentários dos países do Golfo vêm majoritariamente das exportações da indústria petrolífera, e não de tributos como o Imposto de Renda e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), como ocorre no Brasil, daí a necessidade de reduzir gastos e buscar outras fontes de receita em razão da queda das cotações da commodity no mercado internacional.