Geovana Pagel
São Paulo – A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), maior cooperativa de café do mundo, já exportou 1,3 milhão de sacas de café até o mês de setembro deste ano. A expectativa, agora, é que o volume total alcance 1,5 milhão de sacas até dezembro. "Nossa meta é encerrar o ano com faturamento próximo a R$ 900 milhões, cerca de 30% superior ao de 2003, que foi de R$ 660 milhões", disse o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa.
A cooperativa exporta para mais de 30 países. Os principais mercados são os Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, Itália, Japão e Suíça. De acordo com Paulino da Costa, os países árabes não importam diretamente o café produzido em Guaxupé. "É possível que nosso café chegue até eles por meio de algum país europeu que reexporta para a região, como a Suíça", explicou.
O presidente explicou que não há vendas diretas para o Oriente Médio porque os árabes consomem um tipo de café com aroma e sabor diferentes do mineiro. "Eles preferem o tipo Rio, produzido em estados como o Espírito Santo", afirmou Paulino da Costa. Segundo ele, fatores como clima e altitude dos locais de plantio definem os diferentes tipos de café, que atendem diferentes paladares. "É uma pena não termos o tipo de café que mais agrada ao mercado árabe", lamentou.
Neste ano, além de manter o bom desempenho no setor de exportação, a Cooxupé também espera fortalecer sua atuação na área de cereais. "O Brasil é hoje um dos países que mais utiliza tecnologia no cultivo de milho e soja. Atinge índices de produtividade tão elevados quanto os países do primeiro mundo", ressaltou o presidente.
Segundo ele, os cereais estão se tornando um bom negócio. "Nossos cooperados sabem disso pois muitos deles já diversificam suas atividades apostando em grãos", completou.
Para 2005 estão previstos investimentos na ordem de R$ 4 milhões na construção de uma unidade de armazenamento e beneficiamento de milho e soja, que deve gerar cerca de 20 novos empregos diretos.
A Cooxupé foi criada em 1932 como cooperativa de crédito agrícola e transformada em cooperativa de cafeicultores em 1957. Neste ano, a cooperativa comemora 72 anos de cooperativismo e 47 anos em atividades de recebimento, processamento e comercialização de café.
Hoje a cooperativa conta com 9 mil cooperados e aproximadamente 1.200 funcionários, recebendo café produzido em 103 municípios localizados nas regiões Sul de Minas, Alto Parnaíba (Cerrado Mineiro) e Vale do Rio Pardo, no estado de São Paulo.
Expansão começou em 1977
A Cooxupé iniciou sua fase de expansão pelos estados de Minas Gerais e São Paulo em 1977, ampliando seu número de cooperados. Em três anos inaugurou os núcleos de Monte Santo de Minas, Cabo Verde e o prédio onde até hoje funciona a Matriz, em Guaxupé. Naquela época, a cooperativa contava com mais de 1.300 cooperados, que comercializavam a média de 400 mil sacas de café.
Na década de 1980, foram inauguradas mais sete filiais: cinco em Minas Gerais, nas cidades de Guaranésia, Nova Resende, São Pedro da União, Alfenas e Carmo do Rio Claro; e duas no estado de São Paulo, em Caconde e São José do Rio Pardo.
No início dos anos 1990, o número de cooperados superava 5.500, na sua maioria pequenos produtores. Outros investimentos foram realizados paralelamente ao setor de exportação.
Em 1982, a Cooxupé inaugurou uma fábrica de ração, juntamente com três silos para depósito de milho.
Hoje possui seis silos, com capacidade unitária para 2.400 toneladas de milho. E na fábrica de ração produz 70 diferentes tipos de concentrados e rações balanceados, englobando alimentação para bovinos – de leite e de corte – suínos, eqüinos e frangos.
Capacidade de armazenagem
A Cooxupé está equipada para receber 44 mil sacas de café em um único dia, preparar 9.600 sacas e embarcar 30 mil sacas diariamente. Pelos seus armazéns, com capacidade de armazenar três milhões de sacas, passam anualmente cerca de 9% da produção nacional de café e 16% da produção mineira.
Do volume anual que padroniza, cerca de 50% destina-se à exportação direta, 25% vai para a mão de empresas exportadoras, 24% fica no mercado interno e 1% é utilizado pela torrefação da Cooxupé.
A entidade também é a maior revendedora de fertilizantes de Minas Gerais e a maior revendedora de defensivos para café no Brasil. Na área de exportação, está entre os seis maiores exportadores de cafés verdes do Brasil.