Isaura Daniel
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São Paulo – Quando tinha seis anos de idade, a gaúcha Luciana Martinez cortou a bainha de um vestido que sua avó, costureira, estava fazendo para uma cliente. Com o pedaço de pano, a menina fez uma roupinha para a sua boneca Susi. Luciana, apesar dos méritos de saber costurar à mão ainda muito criança, foi repreendida pela avó, claro. Hoje, cerca de trinta anos depois, Luciana não precisa mais do tecido das roupas costuradas pela sua avó. Ela está à frente de uma grife que veste com biquínis e maiôs mulheres de 22 países. E a moda praia da porto-alegrense não é feita apenas com tecidos, mas também com adereços como argolas, correntes, madrepérola, paetês e até cristais Swarovski.
O requinte e a alta dose de criatividade estão entre as principais características das peças da marca Lybethras, de propriedade de Luciana e com sede em Porto Alegre. Para o próximo verão, por exemplo, a empresária lançou uma coleção limitada inspirada em Coco Chanel, da qual serão feitas apenas 200 unidades de cada modelo. Maiôs brancos, luxuosos, com argolas, misturam-se com biquínis em estampa de oncinha. Nas demais peças criadas pela grife para o verão também estão biquínis e maiôs exóticos com tecidos que trazem um leve brilho e estampas florais, além de crochês de lycra.
É Luciana quem cria todas as peças, cuja fabricação é terceirizada. A produção é toda exportada. O maior comprador são os Estados Unidos, com 70% das importações, segundo Luciana. Os Emirados Árabes Unidos, porém, também estão na lista de clientes da marca Lybethras. Quem compra os produtos da grife, no Oriente Médio, é uma rede de lojas que tem unidades na Áustria, nos EUA e em Dubai, nos Emirados. "Os biquínis e maiôs que vendemos para lá são bem bordados. Eles não se importam com o valor. Vendemos um com mais de 100 madrepérolas", diz a empresária.
O modelo das peças exportadas para os Emirados é o europeu, com a cintura mais alta do que os usados no Brasil. "Elas (árabes) gostam muito das coisas do Brasil", diz Luciana. A Lybethras também fabrica peças com corte de estilo brasileiro, brasileiro adaptado e americano, mais coberto. A empresária quer conseguir agora um representante para distribuir os seus produtos em toda a região do Oriente Médio. No mundo árabe, ela está negociando também o início das exportações para uma rede de lojas no Líbano. As vendas para os Emirados começaram com contatos feitos via internet.
Foi via internet, aliás, que a grife também começou a exportar, em 1999, para os Estados Unidos. Na época, Luciana ainda era dona da marca Phylantropia, que em 2002 vendeu para criar a Lybethras. Quando a gaúcha abriu a sua empresa, em 1991, com apenas 19 anos e foi emancipada pela mãe, ela fabricava vestidos de festa. O primeiro biquíni foi fabricado em 1993. "Eu via os biquínis nas lojas e achava muito simples", diz Luciana. Foi daí que a empresária teve a idéia de produzir peças diferenciadas. Algumas peças ela criou para que as consumidoras pudessem ir da praia direto para a festa.
Hoje, a gaúcha fabrica apenas moda praia. Além dos maiôs e biquínis, são feitas peças complementares para praia, como saias, vestidos, camisões e calças. A Lybethras produz cerca de 90 mil peças por ano. A entrada no mercado doméstico deve ocorrer nos próximos meses. Luciana é formada em Turismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A incursão na área de moda começou informalmente. Luciana costurava os seus próprios vestidos e suas amigas começaram a pedir que ela fizesse para elas também. Assim, de vestido em vestido, Luciana contratou uma costureira e transformou a sua aptidão em negócio.
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