São Paulo – O time de futebol Al Nassr, da Arábia Saudita, escolheu o Brasil para realizar uma série de treinos e amistosos com clubes locais. Um grupo de 12 jogadores da categoria sub-20 passou um mês no Rio de Janeiro, onde treinou diariamente no Centro de Futebol Zico (CFZ), uma escola que tem como objetivo formar craques. “O futebol brasileiro é muito famoso no mundo e tem muitas técnicas”, afirmou o coordenador e supervisor do Al Nassr sub-20, Nasser Kanaane, que retornou esta semana ao país árabe.
Foi a primeira vez que o time fez sua concentração no Brasil. “Vamos voltar no ano que vem”, disse o coordenador. Para ele, a temporada foi nota 10. “O tratamento do povo brasileiro foi muito bom, os jogadores ganharam mais experiência, a escola do Zico era ótima e os brasileiros que trabalham lá são muito profissionais”, acrescentou.
O técnico da categoria Sub-20 do Al Nassr, Wilson Gonçalves, conhecido como Guerreiro, que é brasileiro, foi quem indicou a escola do Zico. Segundo Kanaane, a idéia é fazer um intercâmbio com clubes brasileiros para que eles possam também ir jogar na Arábia Saudita. “Já conversamos com o CFZ e Fluminense”, disse.
Os jovens do Al Nassr voltaram para casa satisfeitos. Eles ganharam de 2×1 do Fluminense e venceram também todas as partidas com o CFZ. No entanto, no amistoso com o Flamengo perderam de um a zero. De acordo com Kanaane, os dirigentes do Fluminense ficaram encantados com o jogador Ibrahim Ghalib, de 18 anos. “Se eu tivesse uma boa proposta eu viria com certeza jogar no Brasil. Quem não desejaria jogar num time profissional do Brasil?”, disse o jogador saudita.
Enquanto os sauditas esperam propostas para vir para cá, brasileiros se preparam para mudar para lá. De acordo com Kanaane, o Al Nassr contratou cinco profissionais brasileiros para o time. Entre eles estão o técnico da categoria Júnior do Fluminense, Edgar Pereira, e sua equipe, o preparador físico, Flávio Vignoli, e o treinador de goleiros, João Carlos. A assessoria do Fluminense, porém, ainda não confirmou a informação.
Kanaane fez questão de lembrar que técnicos brasileiros já treinaram a seleção da Arábia Saudita, como Carlos Alberto Parreira e Mário Jorge Lobo Zagallo, ambos campeões mundiais com Seleção Brasileira. “Todos os brasileiros que vão jogar ou treinar na Arábia Saudita se dão bem. Eles dizem que, além do dinheiro, o país oferece muita paz e segurança”, afirmou o coordenador.
Atualmente, o ídolo brasileiro dos jogadores sauditas é Kaká, que joga no Milan, da Itália. “Gostaria de jogar igual a ele ou até melhor”, disse Fahad Al Rashide, de 17 anos. Segundo ele, seu sonho é ser um jogador profissional do Al Nassr e jogar na seleção da Arábia Saudita. A maioria dos jovens sonha em chegar na seleção saudita, mas quando o assunto é sair de seu país de origem para jogar no Brasil, a resposta é imediata: “sim”, disseram os 12 meninos.
São Paulo
Antes de retornarem para Arábia Saudita, os jogadores fizeram um city tour por São Paulo. Passaram pela Estação da Luz, Pinacoteca, Praça da Sé, o bairro da Liberdade, Museu de Arte de São Paulo (Masp) e pelo Estádio do Pacaembu. Na cidade, os jovens foram recebidos pelo diretor de Relações Públicas da embaixada da Arábia Saudita em Brasília, Fahad Alessa; o assessor da presidência da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rafael Frota, e o assistente de comércio exterior da entidade, Rafael Abdulmassih.