São Paulo – O Oriente Médio aumentou sua participação como comprador da indústria brasileira de carne e derivados Minerva. Os países da região absorveram 21% do que a empresa enviou ao exterior em 2015, contra 16% em 2014. De acordo com informações da companhia, o destaque de crescimento nessa região foram Irã e Israel, que ficam no Oriente Médio mas não são árabes, além dos Emirados Árabes Unidos.
Em dezembro do ano passado, a Minerva fez um acordo de investimentos com a empresa saudita Salic, controlada pelo fundo soberano da Arábia Saudita. Com o mesmo país, o Brasil assinou acordo no final de 2015 colocando fim ao embargo de carne bovina in natura brasileira, o que faz a Minerva crer que o aumento das vendas para o mercado do Oriente Médio seguirá. “Ainda há perspectivas positivas para essa região”, comunicou a Minerva nesta quarta-feira (09).
O mercado internacional é indicado pela Minerva como responsável por grande parte do seu bom desempenho no ano passado, quando a empresa teve receita bruta consolidada recorde de R$ 10,1 bilhões. O crescimento foi de 35% sobre 2014. O frigorífico indica como fatores desse aumento a flexibilidade para direcionar as vendas para o mercado externo frente a uma forte demanda internacional e um consumo interno mais fraco, o impacto positivo da valorização do dólar nas exportações, além do aumento dos abates.
No geral, o crescimento da receita com vendas internacionais da Minerva foi de 44% do ano passado sobre o anterior. O faturamento gerado no exterior foi de R$ 6,9 bilhões. No segmento de carne in natura, o mercado externo respondeu por 70% da receita. A área gerou receita de R$ 5,8 bilhões fora do País em 2015, contra R$ 3,7 bilhões em 2014, com um avanço de 58%. No mercado brasileiro, as vendas de carne in natura cresceram bem menos, 19%, para R$ 2,4 bilhões.
A mensagem do diretor presidente da companhia, Fernando Galletti de Queiroz, afirma que o contexto internacional segue favorável para a Minerva, “com a contínua redução mundial da oferta de carne bovina, contrastada pela boa evolução da demanda internacional”. A Ásia foi a região do mundo que mais comprou carnes da companhia em 2015, com 24% do total, seguida por Oriente Médio e depois pela África, com 17%. Américas e União Europeia vieram logo depois, com 12% cada.
O acordo com a Salic foi feito em uma operação de aumento de capital para reforçar a estrutura de capital da Minerva. Segundo notícias publicadas sobre o negócio no ano passado, a empresa saudita ficou com 19,95% das ações do grupo e se tornou sócia minoritária, em um negócio de US$ 188,4 milhões. Nos resultados, a Minerva destaca que, além do reforço de capital, o acordo inicia “uma parceria estratégica em uma região com alto potencial de demanda, com uma empresa que tem, como missão, investir de forma rentável nas cadeias de valor da agricultura e pecuária em todo o mundo”.