Randa Achmawi, especial para a ANBA
Barcelona – A reunião de cúpula da União Européia com 10 outros países da região do Mediterrâneo terminou segunda-feira (28) em Barcelona, na Espanha. O encontro lançou um programa de trabalho conjunto de cinco anos bastante intenso e que tem como objetivo a implementação dos acordos assinados pelos países do Norte e do Sul do Mediterrâneo. Segundo fontes européias, este plano deverá fornecer bases bastante sólidas para a cooperação entre os países da região, resultando em um impacto positivo sobre a vida das pessoas.
O documente prevê, entre outras coisas, a ativação dos acordos de associação entre a União Européia e os paises do Sul do Mediterrâneo e dos planos de ação previstos pela política de boa vizinhança (European Neighbourhood Policy Action Plans) entre as nações da região. Os países terão suporte técnico e financeiro de programas europeus e biregionais, além de contribuições bilaterais dos países membros.
O programa inclui cooperação na área política, no desenvolvimento sócio-econômico sustentável, em reformas na educação, intercâmbios sócio-culturais, migração e integração social. O plano é celebrado pelos dirigentes europeus, mas que parece não convencer os representantes dos paises do Sul. O evento foi marcado pela ausência quase total dos líderes da parte árabe.
Argélia, por exemplo, divulgou um comunicado dizendo que “os esforços Euro-Mediterrâneos desempenhados até hoje para a construção de uma economia de mercado viável, integrada numa economia globalizada, não foram capazes de enfrentar os desafios e os impactos das políticas de liberalização induzidas pela parceria entre países do Norte e do Sul do Mediterrâneo”.
No documento, a Argélia questiona a União Européia sobre o direcionamento de investimentos. Dados oficiais que mostram que somente 2% do total de investimentos europeus são aplicados nos países do Sul do Mediterrâneo. Finalmente o comunicado afirma: “Quando as empresas européias hesitam em investir em nossa região, elas se distanciam de um mercado bastante importante, que poderia lhes oferecer uma alternativa para enfrentar a intensificação da concorrência em escala mundial.”