Giuliana Napolitano
São Paulo – A Petrobras assinou um memorando de intenções para participar da exploração de petróleo na Argélia. O acordo foi fechado durante missão comercial do governo brasileiro que levou empresários e a ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, ao país africano, na semana passada.
A extração de petróleo será feita em parceira com a estatal argelina, Sonatrach, informou o Ministério em nota. A Petrobras levará à Argélia a tecnologia de exploração em águas profundas – a empresa brasileira é reconhecida como uma das mais eficientes do mundo nesse campo. Em troca, conseguirá obter petróleo de alta qualidade, superior à do brasileiro.
Equilíbrio comercial
A balança comercial do Brasil com a Argélia é deficitária desde o final da década de 1980, principalmente em razão das importações de petróleo. No ano passado, por exemplo, o saldo foi negativo em US$ 927 milhões.
As exportações ficaram em apenas US$ 87 milhões, enquanto as importações passaram de US$ 1 bilhão – e as compras de petróleo e derivados responderam por cerca de 98% desse valor.
Para Dilma Rousseff, a parceria entre a Petrobras e a Sonatrach poderá contribuir para "reequilibrar uma situação de desequilíbrio comercial entre os dois países".
O governo argelino também demonstrou interesse em comprar equipamentos para exploração e produção de petróleo, de acordo com informações de agências internacionais.
A intenção do governo brasileiro agora é expandir o acordo para os países do Golfo, região em que estão concentrados os grandes produtores de petróleo do mundo, como Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos. Juntos, esses três países detêm quase a metade das reservas mundiais.