Rio de Janeiro – A economia brasileira cresceu 9% no primeiro trimestre deste ano em comparação a igual período de 2009, a maior alta da série histórica nesse tipo de comparação.
A indústria cresceu 14,6%, seguida pelo setor de serviços, com 5,9%, e a agropecuária, 5,1%. A formação bruta de capital (investimentos em máquinas e equipamentos) aumentou 26%, a construção civil aumentou 14,9% e importações de bens e serviços, 39,5%
Na comparação com o quarto trimestre de 2009, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de bens e serviços produzidos no país – até março foi de 2,7%, o mais alto para o período desde 2004. A indústria foi o setor que apresentou o maior avanço, com alta de 4.2%. O setor agropecuário teve expansão de 2,7% e o de serviços, de 1,9%.
Os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são das Contas Nacionais Trimestrais.
Em nota divulgada pelo Ministério da Fazenda, o ministro Guido Mantega comentou o PIB do 1º trimestre de 2010. “Fiquei muito satisfeito com o resultado. Foi mais do que eu esperava. Eu esperava 2,5%. Ele mostra que a economia brasileira teve uma das melhores recuperações do mundo", disse. O resultado, segundo Mantega, faz parte de um conjunto de medidas de políticas monetária e fiscal que foram muito bem sucedidas. "Na comparação internacional, apenas a China teve um crescimento dessa magnitude. O resultado mostra o vigor e o dinamismo da economia brasileira", afirmou.
De acordo com o ministro, é preciso destacar a qualidade do crescimento, principalmente pelo crescimento da indústria (4,2%) e da formação bruta de capital fixo (7,4%) na comparação com o quarto trimestre de 2009. O investimento está crescendo 18% em relação ao primeiro trimestre de 2009.
Segundo Mantega é preciso lembrar ainda que isso se dá em relação ao um ano que foi muito fraco (2009). "Eu diria que o primeiro trimestre foi o auge da retomada do crescimento. Todos os estímulos estavam em vigor: as desonerações do IPI, a redução do compulsório dos bancos e a taxa de juros, que estava em seu menor patamar. Ainda tivemos os estímulos dos gastos do governo. Eu também destacaria o aumento do consumo das famílias (1,5% em relação ao quarto trimestre do ano passado)", disse.
No segundo trimestre, porém, já há dados de desaquecimento. "O crescimento no ano vai ficar alto, mas a taxa já está decrescente. Temos a volta dos impostos, que vai fazer a demanda cair, a volta do compulsório e a taxa de juros, que já subiu 0,75%, a maior alta de todos os países. Além disso, tivemos o corte de R$ 10 bilhões nos gastos do governo", destacou Mantega.
Na avaliação do ministro, a trajetória é de um crescimento moderado e o país caminha para um crescimento sustentável. "Não podemos esquecer a base de comparação. A indústria, por exemplo, teve um crescimento negativo em 2009. Em 2010, a economia brasileira deverá ter um crescimento de 6% a 6,5%", completou.
* Com informações da redação.